Francisco Marques .. O futuro nas nossas mãos
ANO NOVO, DESAFIOS RENOVADOS
O ano que agora terminou trouxe à tona muitos dos desafios que enfrentaremos no futuro,
não apenas em Portugal, mas em todo contexto europeu e internacional. Para nós, jovens, essa realidade é particularmente marcante. Crescemos numa sociedade que nos proporcionou ferramentas sociais sem precedentes, mas continuamos a ser vítimas de discursos
que tentam minar essas conquistas – ironicamente, mesmo num mundo onde o acesso à informação nunca foi tão amplo.
Em Portugal, os desafios são notórios. Enfrentamos salários baixos e um poder de compra cada vez menor fatores que levam um número crescente de jovens a emigrar. A isto soma-se uma crise habitacional sem precedentes: arrendar casa tornou-se uma batalha mensal, com rendas que ultrapassam a capacidade de muitos. Enquanto isso, políticas que encorajam o turismo descontrolado e facilitam o crescimento do alojamento local agravam ainda mais a escassez de habitação, retirando imóveis do mercado residencial e perpetuando uma crise que afeta sobretudo as camadas mais jovens.
Paralelamente, somos distraídos desses problemas reais por aquilo que são as chamadas “políticas de sensação”, baseadas em sentimentos sugeridos por quem governa. Em vez de enfrentarmos os desafios estruturais que atingem o país, assistimos a debates públicos usados para estigmatizar e marginalizar imigrantes, apresentando-os como os culpados de uma crise que, na realidade, é resultado de problemas sistémicos. Essa narrativa, além de injusta, radicaliza discretamente a sociedade, incluindo a minha geração. No entanto, como já mencionei em outras ocasiões, esses desafios não são exclusivos de Portugal. No plano internacional, encontramos questões semelhantes. A Hungria, por exemplo, ilustra um cenário alarmante de retrocessos nos direitos humanos e a ascensão de governos com tendências autoritárias reforça a necessidade de vigilância democrática em toda a União Europeia.
Neste início de ano, o que posso desejar é que 2025 seja um período marcado por menos populismos e mais medidas concretas. Precisamos de soluções reais para enfrentar a crise habitacional, recuperar o poder de compra e reforçar o estado social, de modo a devolver às pessoas – sobretudo aos jovens – a esperança e a confiança no futuro e nas instituições.
não apenas em Portugal, mas em todo contexto europeu e internacional. Para nós, jovens, essa realidade é particularmente marcante. Crescemos numa sociedade que nos proporcionou ferramentas sociais sem precedentes, mas continuamos a ser vítimas de discursos
que tentam minar essas conquistas – ironicamente, mesmo num mundo onde o acesso à informação nunca foi tão amplo.
Em Portugal, os desafios são notórios. Enfrentamos salários baixos e um poder de compra cada vez menor fatores que levam um número crescente de jovens a emigrar. A isto soma-se uma crise habitacional sem precedentes: arrendar casa tornou-se uma batalha mensal, com rendas que ultrapassam a capacidade de muitos. Enquanto isso, políticas que encorajam o turismo descontrolado e facilitam o crescimento do alojamento local agravam ainda mais a escassez de habitação, retirando imóveis do mercado residencial e perpetuando uma crise que afeta sobretudo as camadas mais jovens.
Paralelamente, somos distraídos desses problemas reais por aquilo que são as chamadas “políticas de sensação”, baseadas em sentimentos sugeridos por quem governa. Em vez de enfrentarmos os desafios estruturais que atingem o país, assistimos a debates públicos usados para estigmatizar e marginalizar imigrantes, apresentando-os como os culpados de uma crise que, na realidade, é resultado de problemas sistémicos. Essa narrativa, além de injusta, radicaliza discretamente a sociedade, incluindo a minha geração. No entanto, como já mencionei em outras ocasiões, esses desafios não são exclusivos de Portugal. No plano internacional, encontramos questões semelhantes. A Hungria, por exemplo, ilustra um cenário alarmante de retrocessos nos direitos humanos e a ascensão de governos com tendências autoritárias reforça a necessidade de vigilância democrática em toda a União Europeia.
Neste início de ano, o que posso desejar é que 2025 seja um período marcado por menos populismos e mais medidas concretas. Precisamos de soluções reais para enfrentar a crise habitacional, recuperar o poder de compra e reforçar o estado social, de modo a devolver às pessoas – sobretudo aos jovens – a esperança e a confiança no futuro e nas instituições.