Paulo Matos
ELEIÇÕES, CRISES E FALTA DE AUTONOMIA DO PSD LOCAL
09 de abril de 2025
A revolução de Trump nos EUA, o imperialismo territorial de Putin, e as guerras comerciais que estes estão a alimentar com a China, são o dealbar de uma nova “era do caos” em que o conflito está a superar os consensos e a cooperação.
As guerras e os muros já não são só territoriais mas acima de tudo comerciais e políticos.
Em Portugal vamos este mês comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril de 1974, num clima internacional desfavorável e num clima nacional de crispação e polarização da atividade Política.
A degradação da Politica e da democracia é naturalmente influenciada pelo cenário internacional, pelo recrudescimento dos populismos e dos nacionalismos, mas também pela crise das instituições de mediação social - a família, as igrejas, os partidos ou os sindicatos e, a escola.
As famílias vão gerindo como podem o drama da violência doméstica e da violência contra os filhos (física, mental e sexual) disseminada através de redes sociais sem controlo, sem educação e sem limites.
As igrejas, em particular a Igreja católica, nem com o progressismo inteligente do Papa Francisco (que agora está fisicamente debilitado) consegue inovar nos seus métodos e na sua “ideologia”.
Os sindicatos deixaram de representar os trabalhadores para se transformarem em fiéis correias de transmissão dos partidos (em geral de esquerda), e centros de novas oportunidades para lugares dos seus dirigentes.
Os partidos, sobretudos os partidos democráticos, deixaram de representar os cidadãos em geral, para funcionarem como centros de emprego para desempregados políticos, que em regra são gente da “bolha do aparelho”, do agrado dos dirigentes de turno que escolhem para as listas de deputados, para o governo, ou para outros lugares políticos, não os melhores, não os mais capazes e habilitados, mas os da claque, os que juram fidelidade eterna às lideranças na hora da escolha.
A Escola, pública ou privada, com algumas exceções (onde está a geração mais preparada de sempre), com professores exaustos e desmotivados, vive mais para os rankings do que para a formação cívica e cientifica dos alunos, e estes vivem mais agarrados aos telemóveis, às redes sociais e ao submundo do Tik Tok e da Dark Web, do que à leitura de livros, ao pensamento livre, e ao estudo responsável.
Num só ano em que vamos ter eleições legislativas, vamos eleger praticamente os mesmos deputados, o mesmo governo (AD/PSD), e nas eleições presidenciais corremos o risco de eleger um Presidente não político, ainda não candidato, contra os partidos.
No Poder Local, em Águeda, na ausência de alternativa, mas também por algum mérito próprio, vamos eleger no seio da candidatura dum partido político (PSD), o mesmo presidente de Câmara independente (Jorge Almeida) e o mesmo presidente de Assembleia Municipal independente (Filipe Almeida), provavelmente com a mesma coligação com o mesmo partido (MPT) que ninguém conhece.
O problema não está obviamente no facto dos partidos em geral, e do PSD local em particular, integrarem independentes válidos como é o caso.
Isso é bom e até desejável.
O problema está no facto de serem os independentes, mais uma vez, a condicionar as candidaturas do PSD local, como se este não tivesse capacidade de se auto determinar ou de defender a sua identidade própria.
Percebem agora porque temos que reformar todo o sistema político e as instituições de mediação da democracia, em particular os partidos políticos?
As guerras e os muros já não são só territoriais mas acima de tudo comerciais e políticos.
Em Portugal vamos este mês comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril de 1974, num clima internacional desfavorável e num clima nacional de crispação e polarização da atividade Política.
A degradação da Politica e da democracia é naturalmente influenciada pelo cenário internacional, pelo recrudescimento dos populismos e dos nacionalismos, mas também pela crise das instituições de mediação social - a família, as igrejas, os partidos ou os sindicatos e, a escola.
As famílias vão gerindo como podem o drama da violência doméstica e da violência contra os filhos (física, mental e sexual) disseminada através de redes sociais sem controlo, sem educação e sem limites.
As igrejas, em particular a Igreja católica, nem com o progressismo inteligente do Papa Francisco (que agora está fisicamente debilitado) consegue inovar nos seus métodos e na sua “ideologia”.
Os sindicatos deixaram de representar os trabalhadores para se transformarem em fiéis correias de transmissão dos partidos (em geral de esquerda), e centros de novas oportunidades para lugares dos seus dirigentes.
Os partidos, sobretudos os partidos democráticos, deixaram de representar os cidadãos em geral, para funcionarem como centros de emprego para desempregados políticos, que em regra são gente da “bolha do aparelho”, do agrado dos dirigentes de turno que escolhem para as listas de deputados, para o governo, ou para outros lugares políticos, não os melhores, não os mais capazes e habilitados, mas os da claque, os que juram fidelidade eterna às lideranças na hora da escolha.
A Escola, pública ou privada, com algumas exceções (onde está a geração mais preparada de sempre), com professores exaustos e desmotivados, vive mais para os rankings do que para a formação cívica e cientifica dos alunos, e estes vivem mais agarrados aos telemóveis, às redes sociais e ao submundo do Tik Tok e da Dark Web, do que à leitura de livros, ao pensamento livre, e ao estudo responsável.
Num só ano em que vamos ter eleições legislativas, vamos eleger praticamente os mesmos deputados, o mesmo governo (AD/PSD), e nas eleições presidenciais corremos o risco de eleger um Presidente não político, ainda não candidato, contra os partidos.
No Poder Local, em Águeda, na ausência de alternativa, mas também por algum mérito próprio, vamos eleger no seio da candidatura dum partido político (PSD), o mesmo presidente de Câmara independente (Jorge Almeida) e o mesmo presidente de Assembleia Municipal independente (Filipe Almeida), provavelmente com a mesma coligação com o mesmo partido (MPT) que ninguém conhece.
O problema não está obviamente no facto dos partidos em geral, e do PSD local em particular, integrarem independentes válidos como é o caso.
Isso é bom e até desejável.
O problema está no facto de serem os independentes, mais uma vez, a condicionar as candidaturas do PSD local, como se este não tivesse capacidade de se auto determinar ou de defender a sua identidade própria.
Percebem agora porque temos que reformar todo o sistema político e as instituições de mediação da democracia, em particular os partidos políticos?