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As cidades estão constantemente desarrumadas. Há sempre uma obra a fazer, ou duas, ou mais. Há sempre um imprevisto, um acidente, um contratempo, ou um projecto que se arrasta para dentro do conceito de - quase interminável. E, quanto maior é a cidade, mais desarrumada permanece. Quando se compõe de um lado, já se descompõe do outro. São obras de raiz, de remodelação, de implantação ou conserto de redes de esgotos, de abastecimento de água, de gás, de electricidade e telecomunicações, arruamentos viários e pedonais, espaços verdes, edificações… e o mais que compõe as cidades. No meio de tudo isto, estão as pessoas que nelas se movimentam. Essas pessoas entram e saem das cidades, de automóvel, ou de outro meio de transporte. Também circulam a pé. Sentam-se em alguns lugares. Procuram resolver assuntos pendentes. Vão ao cinema, ao teatro. Praticam desporto. Correm. Vão às compras. Vão aos restaurantes e às pastelarias. Vão à cabeleireira e ao barbeiro. Levam e trazem os filhos da escola e dos tempos livres. Param e conversam. Fazem parte integrante das cidades.
Visualizando de cima: são formigueiros de trânsito, de máquinas e de pessoas.
O problema é quando esta confluência se estabelece caótica. Formam-se filas de carros em ruas estreitas, em ruas largas, sobre os passeios, em segunda fila. As pessoas que estão dentro dos carros e as pessoas que estão fora dos carros invertem a paciência para um desgaste enervante, um atraso no tempo, um punhado de reclamações. As máquinas, essas, continuam alheias. É a civilização a avançar, pensam, as máquinas. E todos os dias se repetem os mesmos episódios.
Então e se a cidade se alargasse? Alargando a cidade, mais espaço se disponibilizaria. Então e se as pessoas deixassem os carros nas imediações e fossem a pé? Mais exercício e menos aborrecimento seria. E se as obras não decorressem em simultâneo? Menos confusão, mais harmonia. Tantas suposições e tantas incertezas. As cidades são, realmente, polos de concentração. A elas recorrem vários desaguamentos. Controlar os diversos factores não é impossível, todavia é difícil. Como tudo o que se pretende que seja eficaz na vida, deve planear-se. Cá para mim, salvo raras excepções, serão poucas as cidades planeadas. Foram crescendo, crescendo. Foi-se fazendo, fazendo. E adaptando. E pronto.
- Sobreviva com tolerância! O amanhã é já hoje! – aconselha-se a quem tem de morar ou de trabalhar nas cidades. E sonhem, o campo é um sonho moderno. Quem sabe se um dia, não teremos todos uma casa no campo?!
ALICE CAETANO