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Augusto Semedo

E se o MXGP fosse parar ao Algarve?

2023-04-27 15:58:45

E se o MXGP fosse parar ao Algarve?

MXGP é o acontecimento em Águeda com maior impacto internacional promovido por um organismo resultante da sociedade civil. O mundo mudou, Águeda mudou, mas o Mundial de Motocross persiste.
Fazendo jus à sua predominância na indústria das duas rodas, e também a uma orgulhosa vivência coletiva, Águeda aventurou-se, projetando internacionalmente a sua ambição. O longo histórico na organização de provas nacionais, europeias e depois mundiais de motocross é um cartão de visita importante para a cidade e o seu concelho - também para a região.
O voluntariado associado à organização, a qualificação internacional dos seus quadros e a capacidade de negociação dos clubes com a entidade promotora - primeiro o GICA, depois o ACTIB - têm mantido o Grande Prémio de Portugal em Águeda, apesar da crescente exigência do caderno de encargos.

Pessoalmente, não sou grande adepto do motocross. Como aguedense, identifico-me com o Mundial em Águeda - faz parte da história da minha terra e eleva-a perante o exterior. Como cidadão, privilegio organizações que surgem da sociedade civil - onde se incluem as associações desportivas, porque refletem a energia (motivação, mobilização, concretização) das pessoas/cidadãos - a eventos promovidos por entidades públicas, por entender que estas existem predominantemente para amparar as ambições da sociedade e não para se substituir a ela. Como jornalista, fui aprendendo sobre a modalidade, conheço os protagonistas e vou relatando os factos.

Não sendo especial adepto da modalidade, torço porém pela realização do Mundial em Águeda. Entendo-a como prioridade estratégica municipal: por integrar a identidade do território municipal, por representar há décadas o esforço tenaz e persistente de um conjunto de indefectíveis com provas dadas na sua vida profissional e por projetar Águeda a várias níveis.
Os números dão razão. Os hotéis mais próximos quintuplicaram o custo do alojamento mal foram conhecidas as datas da prova; os alojamentos em toda a região estão esgotados há muito e a própria organização socorreu-se de hotéis sediados em concelhos que nem vizinhos são para acomodar as entidades que o caderno de encargos exige.
Confesso que gostaria de ver um evento mais impactante, envolvendo vários agentes económicos e entidades, privadas e públicas, para que o GP Portugal pudesse ter o acolhimento social que conheceu em 2017 - quando se realizou em simultâneo com o AgitÁgueda. Foi festa a quintuplicar!
Sabendo-se que Águeda não tem poder financeiro para negociar uma data no verão, a ideia deveria passar por projetar esse impacto na data de atribuição efetiva da prova. Os dirigentes do ACTIB já se debatem com enorme desgaste para cumprir com o estritamente necessário. A outras entidades caberia assegurar esse justificado impacto, motivando, também por essa via, quem faz por trazer o Mundial até Águeda.

Não entendo o alheamento do Turismo do Centro, que não comparticipa - mas também desconheço as razões, ou se as há. Caso o Algarve queira vir a organizar o GP Portugal de MXGP, juntando-o assim à Moto GP, o Turismo do Algarve terá o mesmo alheamento?
A CIRA - Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro - através do programa de apoio que designa por PAPERA, atribui este ano 760 euros à organização do Mundial em Águeda. É o possível? Comparando com outras organizações apoiadas (com verbas superiores), de dimensão mais doméstica, noutros concelhos CIRA, é uma côdea… minúscula. Pelo menos a ocupação hoteleira diz-nos que o Mundial promove a região onde Águeda está integrada. Todos ganham!
Se tivermos em conta que a Câmara Municipal concede atualmente à organização apenas mais 5 mil euros de subsídio que o executivo presidido por Castro Azevedo há 20 anos - na altura com direito a 8 convites, reservados apenas aos membros do executivo e ao presidente da Assembleia Municipal -; e que o ACTIB não negoceia diretamente com o Estado Português para obtenção de apoio - a Federação de Motociclismo de Portugal fá-lo e retém, dizem-nos, 30 mil euros da verba negociada - é caso para questionar se há futuro para esta prova em Águeda.

Como aguedense, gostava que não se perdesse mais este factor identitário, tendo consciência que a voracidade social se encarrega de esquecer tantos outros; como jornalista, perceciono a diferença entre os sorrisos oficiais e a realidade que se esconde na verdade das ações; como cidadão com direitos e deveres, desejava que houvesse coragem para definir e assumir opções estratégicas. O território acrescentaria valor próprio!