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Augusto Semedo

CAIS DAS LARANJEIRAS

2024-03-13 16:37:13

CAIS DAS LARANJEIRAS


All About Portugal é um site ativo que fala assim do jardim do Cais das Laranjeiras: “Amplo jardim arborizado, voltado para o Rio Águeda, com um varandim decorado com vários painéis de azulejos. Estes painéis representam as 20 freguesias do concelho de Águeda”. Fica no Largo Doutor Elísio Sucena, não estivesse desatualizada. A regeneração urbana da cidade mantém o jardim mas não contempla valores (história e coesão concelhia, por exemplo) que os painéis infundiam - arte que o Outeiro conquistou para Águeda quando, há 100 anos, recrutou mestres à Vista Alegre. Alguns deles despertam agora junto à estação de comboios...
Foram-se os painéis e a tradição, ali mesmo ao lado do Cais das Laranjeiras, nesta Águeda que tão mal trata a história que os seus antepassados construíram. Como se o mundo existisse apenas na atualidade, como se o legado morresse quando as novas gerações tomam conta das decisões que o coletivo aceita. Pintura à mão que, com orgulho, se oferecia em jeito de reconhecimento a alguém. Havia genuinidade e diferenciação; bastavam-se, na sua simplicidade, à opulência de um objeto caro. A oferta era rica pela talentosa singularidade.
O Cais das Laranjeiras, de tantos arranjos que foi sofrendo ao longo de décadas, é um remendo sofrido relativamente à importância histórica que representou para o crescimento e afirmação de Águeda, na época em que os rios eram autoestradas que ligavam o “litoral ribeirinho” ao “interior serrano”, e o Barril - agora uma manta feita de retalhos - a importante artéria de ligação. A partir desse porto comercial se desenvolveu Águeda, outrora uma terra de passagem…
O “Rio Povo” (2007 e 2008), de cariz mais etnográfico, e o “Povo que Lavas no Rio Águeda” (2009 e 2010), um espetáculo mais contemporâneo, apelavam às raízes e ao sentimento Aguedense, projetando o interassociativismo como meio de dar amplitudes novas à capacidade de criar cultura, de afirmar talento e de divulgar a história, desafiando limitações. Envolviam as pessoas, estimulando o sentimento Aguedense.
É bom saber que apenas há 190 anos (em 1834) seria constituído o Município de Águeda, na sequência da Revolução Liberal, quando Sever do Vouga, Oliveira do Bairro e Anadia (1514) e Aveiro (1515) já o eram desde o período Manuelino. Albergaria-a-Velha seria constituído como Município à posteriori, em 1835, decretada a separação de Aveiro.
Águeda foi ganhando escala pela sua posição estratégica de apoio religioso, comercial e militar. Já no século XX, a dinâmica empreendedora gerou oportunidades e captou gente. Talvez todo este enquadramento justifique a razão de esta ser terra de disputa, que desafia e se empertiga, sem se libertar todavia das suas fragilidades intrínsecas. Somando numerosas realidades, poderia construir um coletivo robusto e coeso. Quando se desvaloriza a história, desrespeita-se o legado, mirra-se a identidade e sujeita-se a equívocos. O que diria o Dr. António Breda?