Nuno Simões de Melo .. Opinião à direita
LÓGICAS LOCAIS E NACIONAIS
Estão agora a acontecer as cerimónias de instalação dos órgãos autárquicos saídos das eleições do passado dia 12 de Outubro. Assistimos a uma mudança de cor predominante no país. Como foi localmente?
Verificamos a existência de bastantes autarquias ganhas por "movimentos de cidadãos", alguns assumindo essa génese independente de partidos políticos, outras adotando uma "bandeira de conveniência", vulgo "barriga de aluguer", para contornar a necessidade legal de obtenção de assinaturas de proponentes.
Pessoalmente, nada tenho contra os "movimentos de cidadãos". Aliás, na minha opinião, tudo o que seja a sociedade civil organizar-se para resolver problemas da comunidade devidamente identificados, sem empurrar para essa entidade intrusiva na vida de cada um que é o "Estado", é um passo dado na direção certa. O "Estado" não pode ser o pai, o patrão, o empresário, só porque o indivíduo se demite de o ser! No entanto, e isso nota-se de especial maneira nas freguesias, começamos a assistir a um fenómeno que eu considero pernicioso para o funcionamento da própria democracia. Por enquanto localmente...
Há já inúmeras freguesias no país que apresentam candidaturas únicas de "movimentos de cidadãos". Nada contra a apresentação de listas "independentes" dos partidos. Tudo contra as listas únicas.
A democracia vive-se com alternativas e escrutínio. A existência de listas únicas dificulta uma e outra. Que alternativa? Quem escrutina? Como se garante a transparência?
Por enquanto, esta realidade encontra-se circunscrita às freguesias, mas são cada vez mais. Iremos assistir também nos concelhos? E a nível nacional? Listas únicas fazem lembrar mais uma autocracia do que uma democracia liberal a que aspiramos, mas o caminho está a ser feito e poderá ser aproveitado por gente menos escrupulosa.
Numa leitura local, fica esta minha preocupação, ou alerta.
Numa lógica nacional, pouco mudou. As pessoas continuam a preferir confiar na "gente da terra" em detrimento de projetos que, por mais interessantes que possam ser, não são liderados por alguém conhecido. Os eleitores, nas eleições locais, continuam a olhar para o município como o grande empregador e, em muitos locais, como o grande agente económico local, pelo que colocá-lo na mão de "desconhecidos" é um risco que não querem correr.
Passaram as eleições, agora serão 4 anos a viver com o resultado da decisão tomada. Enquanto isso, a nível nacional, o bipartidarismo acabou. Há já um terceiro partido que começa a criar a sua rede de autarcas. Um partido que obriga a olhar a política com outros olhos e que vem merecendo uma maior compreensão e aceitação pelo povo.
Estas eleições, por muitos discursos dos mesmos do costume em sentido contrário, também o demonstram (local e nacionalmente).
Verificamos a existência de bastantes autarquias ganhas por "movimentos de cidadãos", alguns assumindo essa génese independente de partidos políticos, outras adotando uma "bandeira de conveniência", vulgo "barriga de aluguer", para contornar a necessidade legal de obtenção de assinaturas de proponentes.
Pessoalmente, nada tenho contra os "movimentos de cidadãos". Aliás, na minha opinião, tudo o que seja a sociedade civil organizar-se para resolver problemas da comunidade devidamente identificados, sem empurrar para essa entidade intrusiva na vida de cada um que é o "Estado", é um passo dado na direção certa. O "Estado" não pode ser o pai, o patrão, o empresário, só porque o indivíduo se demite de o ser! No entanto, e isso nota-se de especial maneira nas freguesias, começamos a assistir a um fenómeno que eu considero pernicioso para o funcionamento da própria democracia. Por enquanto localmente...
Há já inúmeras freguesias no país que apresentam candidaturas únicas de "movimentos de cidadãos". Nada contra a apresentação de listas "independentes" dos partidos. Tudo contra as listas únicas.
A democracia vive-se com alternativas e escrutínio. A existência de listas únicas dificulta uma e outra. Que alternativa? Quem escrutina? Como se garante a transparência?
Por enquanto, esta realidade encontra-se circunscrita às freguesias, mas são cada vez mais. Iremos assistir também nos concelhos? E a nível nacional? Listas únicas fazem lembrar mais uma autocracia do que uma democracia liberal a que aspiramos, mas o caminho está a ser feito e poderá ser aproveitado por gente menos escrupulosa.
Numa leitura local, fica esta minha preocupação, ou alerta.
Numa lógica nacional, pouco mudou. As pessoas continuam a preferir confiar na "gente da terra" em detrimento de projetos que, por mais interessantes que possam ser, não são liderados por alguém conhecido. Os eleitores, nas eleições locais, continuam a olhar para o município como o grande empregador e, em muitos locais, como o grande agente económico local, pelo que colocá-lo na mão de "desconhecidos" é um risco que não querem correr.
Passaram as eleições, agora serão 4 anos a viver com o resultado da decisão tomada. Enquanto isso, a nível nacional, o bipartidarismo acabou. Há já um terceiro partido que começa a criar a sua rede de autarcas. Um partido que obriga a olhar a política com outros olhos e que vem merecendo uma maior compreensão e aceitação pelo povo.
Estas eleições, por muitos discursos dos mesmos do costume em sentido contrário, também o demonstram (local e nacionalmente).

