Ministra do Ambiente desafia autoridades locais a apresentarem projetos para intervenção na Pateira de Fermentelos
“Até 2028 temos a possibilidade de financiar o litoral, os rios e as lagoas, mas precisamos de projetos com alguma maturidade”, frisou Maria da Graça Carvalho, em resposta a uma intervenção da deputada Paula Cardoso. Acrescentou que as candidaturas devem ser formalizadas junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A governante respondia à intervenção da deputada do PSD Paula Cardoso, que reclamou uma intervenção urgente na defesa da Pateira de Fermentelos, durante a discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2026.
“A PATEIRA NÃO PODE ESPERAR” — ALERTA DE PAULA CARDOSO
Na sua intervenção, a deputada social-democrata eleita por Aveiro considerou que “a Pateira não pode esperar” e que “cada dia que passa é mais um dia do velório daquela beleza natural”.
Paula Cardoso apelou a medidas concretas, projetos e estratégias “para erradicar, de uma vez por todas, a praga de jacintos-de-água” que continua a afetar a maior lagoa natural da Península Ibérica.
A parlamentar defendeu também que a ação do Governo deve abranger os rios Cértima, Levira e Vouga, cujas bacias hidrográficas estão diretamente ligadas à Pateira.
Recordou ainda a visita da ministra do Ambiente e Energia à lagoa, em julho de 2024, por ocasião do projeto de renaturalização das margens promovido pela Câmara Municipal de Águeda. Nessa altura, a governante classificou o desassoreamento da Pateira como “prioritário e absolutamente necessário”, apontando o Programa Operacional de Ação Climática e Sustentabilidade 2030 e o Fundo Ambiental como possíveis fontes de financiamento.
“A despoluição dos rios Cértima e Levira é essencial para todo aquele ecossistema, porque ambos convergem para a Pateira”, reforçou Paula Cardoso na Comissão de Orçamento, acrescentando que “a praga de jacintos-de-água que grassa na lagoa e no Rio Vouga é outra das grandes preocupações dos municípios do Vouga”.
A deputada aveirense agradeceu a “efetiva preocupação” demonstrada pelo Ministério do Ambiente, nomeadamente através do apoio à Câmara de Águeda na aquisição de equipamento para limpeza da espécie infestante — a denominada ceifeira —, mas sublinhou que “será necessária uma intervenção mais profunda em todo aquele ecossistema que vai até à Ria de Aveiro”.

