Maria Santos Galhano .. A política em todo o lado
TAMBÉM O PLANETA CARECE DE ESTADISTAS
Com o falecimento de Francisco Pinto Balsemão, dei por mim a pensar no que realmente faz de alguém um estadista. É um conceito fora de moda, mas talvez explique boa parte do estado em que o mundo se encontra. E o planeta, também. Se o sentido de Estado ainda valesse tanto quanto a popularidade digital, talvez não estivéssemos a assistir a um colapso climático anunciado. Digo isto com algum dramatismo, correndo o risco da conotação fácil de “ativista perigosa” (há quem acrescente “de esquerda”, mesmo sendo eu de direita), mas com consciência: a falta de estadistas é uma das causas da crise política global e também um dos combustíveis da crise ambiental.
O multilateralismo é bonito nos comunicados das cimeiras, mas de pouco vale sem compromisso em cada Estado. As metas coletivas soam bem, mas sem tradução local não passam de retórica. O compromisso global não nasce em Belém, nem em Bruxelas: nasce em cada país, em cada cidade, em cada decisão orçamental que dá ou não prioridade ao tema. Quando antecipamos, ao invés de reagir por impulso, eleitoralista ou de outra natureza.
Em novembro, o mundo voltará a reunir-se em Belém do Pará para a COP30, mais uma cimeira do clima, mais uma oportunidade para prometer que “desta vez é que vai ser”. A primeira, em 1995, foi presidida pela então jovem ministra do Ambiente chamada Angela Merkel. Trinta anos depois, continuamos a discutir metas que falhamos consecutivamente. Talvez porque o que falta não sejam relatórios científicos, mas responsabilidade política, difícil de definir e ainda mais difícil de exigir.
Vivemos entre dois extremos igualmente estéreis. De um lado, o poder bruto: nações que ainda medem força em barris de petróleo. Do outro, o ativismo de palco: cartazes e vídeos virais que pouco resolvem. O resultado é um planeta que ouve muito e muda pouco. Falta-nos estadistas! De preferência não negacionistas da ciência.
Um estadista não é quem fala mais alto, é quem decide o que é preciso, não o que é popular. Churchill, Roosevelt, Gorbachev ou Merkel partilham essa fibra rara: pensar além do mandato. E Balsemão foi, a seu modo, exemplo de compromisso com a liberdade e com a verdade.
Mas é nas cidades que se prova o que vale o discurso. Veja-se Águeda, distinguida como European Green Leaf 2026, onde vai nascer um Parque Ambiental de 28 hectares, um investimento de sete milhões de euros para devolver o rio à cidade e criar um pulmão verde urbano.
A diferença entre uma promessa e uma política está no tempo que se aceita esperar para ver resultados. E é aí que entram os estadistas, não como figuras do passado, mas como urgência do presente.
O multilateralismo é bonito nos comunicados das cimeiras, mas de pouco vale sem compromisso em cada Estado. As metas coletivas soam bem, mas sem tradução local não passam de retórica. O compromisso global não nasce em Belém, nem em Bruxelas: nasce em cada país, em cada cidade, em cada decisão orçamental que dá ou não prioridade ao tema. Quando antecipamos, ao invés de reagir por impulso, eleitoralista ou de outra natureza.
Em novembro, o mundo voltará a reunir-se em Belém do Pará para a COP30, mais uma cimeira do clima, mais uma oportunidade para prometer que “desta vez é que vai ser”. A primeira, em 1995, foi presidida pela então jovem ministra do Ambiente chamada Angela Merkel. Trinta anos depois, continuamos a discutir metas que falhamos consecutivamente. Talvez porque o que falta não sejam relatórios científicos, mas responsabilidade política, difícil de definir e ainda mais difícil de exigir.
Vivemos entre dois extremos igualmente estéreis. De um lado, o poder bruto: nações que ainda medem força em barris de petróleo. Do outro, o ativismo de palco: cartazes e vídeos virais que pouco resolvem. O resultado é um planeta que ouve muito e muda pouco. Falta-nos estadistas! De preferência não negacionistas da ciência.
Um estadista não é quem fala mais alto, é quem decide o que é preciso, não o que é popular. Churchill, Roosevelt, Gorbachev ou Merkel partilham essa fibra rara: pensar além do mandato. E Balsemão foi, a seu modo, exemplo de compromisso com a liberdade e com a verdade.
Mas é nas cidades que se prova o que vale o discurso. Veja-se Águeda, distinguida como European Green Leaf 2026, onde vai nascer um Parque Ambiental de 28 hectares, um investimento de sete milhões de euros para devolver o rio à cidade e criar um pulmão verde urbano.
A diferença entre uma promessa e uma política está no tempo que se aceita esperar para ver resultados. E é aí que entram os estadistas, não como figuras do passado, mas como urgência do presente.

