“Águeda e Aguada de Cima deram-me um berço muito rico para crescer - frequentei imensas atividades extracurriculares”
11 de junho de 2025A Aguedense Rita Sobreiro Almeida, investigadora na Universidade de Aveiro, foi recentemente reconhecida com o prestigiado TERMIS SYIS-EU 2025 Impact Award, que distingue jovens investigadores cujo trabalho tem um impacto científico significativo na área da engenharia de tecidos e medicina regenerativa. Com formação em biotecnologia e biofísica, a sua pesquisa tem-se voltado para o desenvolvimento de biomateriais, para fins regenerativos e modelos in vitro de tecidos humanos. Tem 18 artigos em publicações internacionais reconhecidas e já foi convidada a palestrar em cinco conferências e workshops internacionais
Natural de Aguada de Cima, estudou na Escola Secundária Adolfo Portela (ESAP) até ingressar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 2010, onde se tornou Bacharel em Ciências, Genética e Biotecnologia.
Em 2021, concluiu o doutoramento em Engenharia de Tecidos, Medicina Regenerativa e Células-Tronco, a partir do qual se dedicou ao desenvolvimento de materiais à base de MEC para regeneração renal.
Na sua carreira científica, realizou três períodos de trabalho no exterior, o primeiro na Universitat Politècnica de València (Espanha), o segundo na Universidade de Florença (Itália) e, em 2023, na Universidade de Maastricht (Holanda). Atualmente, trabalha num projeto para desenvolver bioativos multimateriais de base humana para a regeneração de interfaces complexas entre múltiplos tecidos.
“SEMPRE GOSTEI DE EXPERIMENTAR UM BOCADINHO DE TUDO”
SP - Comecemos pelo início. Cresceu em Aguada de Cima. Que memórias guarda dessa fase da sua vida?
RSA - Uma infância muito feliz, com muita liberdade, muita conexão com a natureza e muito espaço para fazer asneiras! Como sempre estudei em Águeda, sinto que me conectei mais com Aguada de Cima apenas no final do básico/secundário, quando comecei a fazer alguns amigos lá. Tenho muito boas memórias de estar parque do Sabugueiro com amigos, na Escola de Música da LAAC - onde estive algum tempo a aprender flauta transversal - e de quando me juntei à equipa de andebol feminino da LAAC.
SP - Que importância teve a sua terra - Aguada de Cima e o concelho de Águeda - no seu crescimento pessoal e na formação dos seus valores?
RSA - Águeda e Aguada de Cima deram-me um berço muito rico para crescer - frequentei imensas atividades extracurriculares: natação, andebol, aulas de inglês, piano, flauta transversal, danças, cursos de fotografia, voluntariado em associações, até voluntariado num dos primeiros Agitágueda fiz! Tudo contribuiu para a minha formação e crescimento pessoal em diversas áreas - sempre gostei de experimentar um bocadinho de tudo - e também para a minha tolerância e aceitação a diversos grupos de pessoas com ideias muito distintas.
SP - A ESAP marcou o seu percurso antes da universidade. Que experiências guarda desses tempos? Houve algum professor ou momento que a tenha influenciado especialmente?
RSA - Sem dúvida. A ESAP é uma escola que oferece muito aos seus alunos. Olhando para trás, sei que saí melhor preparada do secundário do que a maioria das pessoas que foram para a faculdade comigo. Não falo só em termos dos conteúdos didáticos que são leccionados, mas também a forma como a maioria dos professores encara a profissão, a paixão com que nos ensinavam as coisas, a paciência que tinham, as curiosidades que traziam para a aula que não estavam nos livros, a quantidade de vezes que nos faziam pensar fora da caixa. Sem querer estar a dizer nomes, tive imensos professores que me marcaram, sim, (não só no secundário) com ensinamentos que ainda hoje tento passar aos meus alunos. A professora da primária tem que ser a primeira, no ciclo sem dúvida a professora de matemática, de português, e a de inglês, todos os professores e físico-química e biologia que me fizeram apaixonar pela área que segui, e finalmente as professoras de secundário de filosofia e matemática que puseram cabeças a pensar!
SP - Mantém ligação à sua terra? Continua presente na sua vida?
RSA - Agora menos, porque apenas vou lá para visitar a família.
Leia o artigo completo na edição n.º 9383 de Soberania do Povo

