AEA/ACOAG protesta sobre constrangimentos decorrentes do AgitÁgueda e Câmara diz-se surpresa
17 de julho de 2025
Segundo a AEA/ACOAG, em carta dirigida ao presidente da Camara Municipal de Águeda, existem “constrangimentos operacionais e logísticos” reportados “com especial incidência nas zonas central e baixa da cidade de Águeda”.
Na carta, assinada pelo presidente Ricardo Abrantes, a AEA/ACOAG refere, “em particular” as “interrupções frequentes e prolongadas no fornecimento de energia elétrica, afetando o normal funcionamento das atividades comerciais e industriais”, além da “redução significativa na disponibilidade de lugares de estacionamento, dificultando o acesso de clientes, fornecedores e colaboradores aos estabelecimentos locais”.
A AEA/ACOAG reporta ainda os “níveis elevados e persistentes de ruído durante o período noturno, resultantes não só da programação musical do evento como também da circulação e concentração de transeuntes nas imediações, o que compromete o bem-estar e descanso de residentes, profissionais e empresários”.
PROBLEMA DA ENERGIA ELÉTRICA
Na carta, a AEA/ACOAG adianta que “segundo informações recolhidas junto de diversos associados, os problemas de fornecimento elétrico parecem resultar da interligação entre a rede pública e os sistemas de abastecimento temporário utilizados no âmbito do evento, nomeadamente os geradores, o que compromete a estabilidade da rede na envolvente”.
Apesar das críticas, a AEA/ACOAG escreve que “reconhece o valor cultural e turístico do AgitÁgueda para a cidade e para a região. Contudo, entende que é fundamental garantir um equilíbrio entre a dinamização de eventos e a manutenção da qualidade dos serviços públicos essenciais à atividade económica local”.
Na missiva a associação diz confiar na “sensibilidade e empenho” do presidente da Câmara e coloca-se “inteiramente à disposição para colaborar na identificação de soluções que mitiguem os impactos referidos e reforcem a articulação entre os eventos públicos e a comunidade empresarial”.
CÂMARA SURPRESA
Quem critica a postura da AEA/ACOAG é o município, que, através do vice-presidente Edson Santos, considerou extemporânea a reação e diz perceber agora a razão da associação ter terminado com a Festa do Leitão. Já o presidente da Câmara, Jorge Almeida, em declarações a Soberania do Povo, referiu ter respondido "de imediato" à AEA/ACOAG, tendo assegurado que a quebra de energia não teve a ver com o AgitÁgueda e que a autarquia assegurou o aumento do número de lugares de estacionamento.
"Foi cortado um cabo subterrâneo de alta tensão nas obras do mercado, pelo operador de uma máquina, que interrompeu o fornecimento de energia elétrica", afirmou Jorge Almeida, adiantando que houve depois "pequenos cortes no restabelecimento do serviço".
O autarca disse ter ficado "extraordinariamente admirado" com a tomada de posição da AEA/ACOAG, principalmente tendo em conta que o AgitÁgueda traz "uma multidão a Águeda que beneficia o comércio local". "Não percebo como está preocupada quando trazemos pessoas à cidade, porque é bom para os comerciantes", reforçou.
Em relação ao ruído, houve "duas queixas" reportadas ao município, segundo Jorge Almeida, "uma delas foi de um empresário, que deve ter estado na origem da queixa".
foto de arquivo: Mário Abreu

