Paulo Matos .. Periferia
AS CAMPANHAS DO OUTDOOR, DO BRINDE E DA BANDEIRINHA
08 de outubro de 2025De quatro em quatro anos os eleitores locais são chamados a exercer o direito de voto e, convencionou-se dizer que nestas eleições as “pessoas” são mais relevantes do que as “politicas” ou os “programas” eleitorais.
De facto, a proximidade entre candidatos e eleitores é maior, nos bairros, nas freguesias, nos lugares e na cidade, gerando fenómenos de empatia ou rejeição, conforme a ideia que cada um tem das pessoas, dos partidos a que pertencem, dos movimentos independentes ou das coligações.
Há todavia uma excessiva “personalização” das candidaturas, com efeitos perversos que muitas vezes enfraquecem o debate público democrático.
O excesso de cartazes colocados em outdoors, nas árvores e nos postes de eletricidade, não está nada em linha com o ativismo ambiental e a modernidade verde, cujos slogans alguns proclamam.
Os cartazes, em regra, são emoldurados com frases feitas, repetidas e inócuas que significam muito pouco e geram até indiferença para quem olha e está mais interessado em conhecer as propostas eleitorais que se esfumam por entre os icónicos cartazes do Continente ou da Remax.
Quem está no Poder tem a tendência para fazer o balanço da obra feita, esquecendo a que não foi feita e falando muito pouco do futuro.Da parte das oposições, há um foco excessivo no julgamento e na crítica, justa ou injusta, de quem está no governo local, sem o cuidado da apresentação de propostas alternativas consistentes.
No mundo em que vivemos, das redes sociais, da promessa fácil, se temos a vantagem de ter acesso a debates entre candidatos às Câmaras municipais, às freguesias e às assembleias municipais, numa aparência de democracia participativa, verifica-se ao invés, um maior empobrecimento dos conteúdos e das propostas eleitorais (que apostam na promessa fácil), um aumento do ataque pessoal entre candidatos, com as “queixas” enviadas às comissões eleitorais ou aos tribunais apenas para efeitos de aproveitamento politico, muitas vezes persecutório e inconsequente – veja-se o que se passou com a queixa e recurso apresentados pelo PS contra candidatura do Sérgio Neves, na União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, que o Tribunal Constitucional nem sequer achou relevante apreciar por “inidoneidade do objeto do recurso”.
Por outro lado, as campanhas continuam a ser organizadas com a habitual estrutura das “arruadas”, do porta à porta nas casas e nos mercados para distribuir brindes, bandeirinhas e canetas, da visita tardia às instituições – IPSS,s, escolas, hospitais, lares de terceira idade e afins -, culminado nas ditas “sessões de esclarecimento”, realizadas em regra à noite nas freguesias, onde só vão ao púlpito os candidatos que, em regra, falam para uma assistência que é praticamente constituída apenas pelos staffs de campanha, pelos candidatos e alguns apoiantes, mais ou menos ruidosos.
Foram muitos os que seguiram de perto e com interesse o único debate organizado pela Soberania do Povo com todos os candidatos à Câmara Municipal de Águeda, transmitido nas redes sociais e rádios locais?
Não, não terão sido muitos de facto, o que denota o cansaço dos eleitores com a repetição sucessiva de atos eleitorais em Portugal.
Alguém quantifica o valor das propostas que apresenta, revelando estudo e preparação dos programas eleitorais? Muito poucos!
Parece que pouco ou não mudou de há 20 anos para cá, à exceção do número de candidatos jovens nas várias listas autárquicas, muitos com qualidade e até com estudos e carreiras iniciadas para além da Política, o que apesar de tudo constitui uma enorme esperança para o futuro.
De facto, a proximidade entre candidatos e eleitores é maior, nos bairros, nas freguesias, nos lugares e na cidade, gerando fenómenos de empatia ou rejeição, conforme a ideia que cada um tem das pessoas, dos partidos a que pertencem, dos movimentos independentes ou das coligações.
Há todavia uma excessiva “personalização” das candidaturas, com efeitos perversos que muitas vezes enfraquecem o debate público democrático.
O excesso de cartazes colocados em outdoors, nas árvores e nos postes de eletricidade, não está nada em linha com o ativismo ambiental e a modernidade verde, cujos slogans alguns proclamam.
Os cartazes, em regra, são emoldurados com frases feitas, repetidas e inócuas que significam muito pouco e geram até indiferença para quem olha e está mais interessado em conhecer as propostas eleitorais que se esfumam por entre os icónicos cartazes do Continente ou da Remax.
Quem está no Poder tem a tendência para fazer o balanço da obra feita, esquecendo a que não foi feita e falando muito pouco do futuro.Da parte das oposições, há um foco excessivo no julgamento e na crítica, justa ou injusta, de quem está no governo local, sem o cuidado da apresentação de propostas alternativas consistentes.
No mundo em que vivemos, das redes sociais, da promessa fácil, se temos a vantagem de ter acesso a debates entre candidatos às Câmaras municipais, às freguesias e às assembleias municipais, numa aparência de democracia participativa, verifica-se ao invés, um maior empobrecimento dos conteúdos e das propostas eleitorais (que apostam na promessa fácil), um aumento do ataque pessoal entre candidatos, com as “queixas” enviadas às comissões eleitorais ou aos tribunais apenas para efeitos de aproveitamento politico, muitas vezes persecutório e inconsequente – veja-se o que se passou com a queixa e recurso apresentados pelo PS contra candidatura do Sérgio Neves, na União de Freguesias de Travassô e Óis da Ribeira, que o Tribunal Constitucional nem sequer achou relevante apreciar por “inidoneidade do objeto do recurso”.
Por outro lado, as campanhas continuam a ser organizadas com a habitual estrutura das “arruadas”, do porta à porta nas casas e nos mercados para distribuir brindes, bandeirinhas e canetas, da visita tardia às instituições – IPSS,s, escolas, hospitais, lares de terceira idade e afins -, culminado nas ditas “sessões de esclarecimento”, realizadas em regra à noite nas freguesias, onde só vão ao púlpito os candidatos que, em regra, falam para uma assistência que é praticamente constituída apenas pelos staffs de campanha, pelos candidatos e alguns apoiantes, mais ou menos ruidosos.
Foram muitos os que seguiram de perto e com interesse o único debate organizado pela Soberania do Povo com todos os candidatos à Câmara Municipal de Águeda, transmitido nas redes sociais e rádios locais?
Não, não terão sido muitos de facto, o que denota o cansaço dos eleitores com a repetição sucessiva de atos eleitorais em Portugal.
Alguém quantifica o valor das propostas que apresenta, revelando estudo e preparação dos programas eleitorais? Muito poucos!
Parece que pouco ou não mudou de há 20 anos para cá, à exceção do número de candidatos jovens nas várias listas autárquicas, muitos com qualidade e até com estudos e carreiras iniciadas para além da Política, o que apesar de tudo constitui uma enorme esperança para o futuro.