“A pesca é o tentar enganar a natureza”
11 de junho de 2025O Aguedense Paulo Rebocho está selecionado para representar Portugal no Mundial de pesca desportiva, que ocorrerá na Bósnia no próximo mês de setembro. Iniciou-se na modalidade na Casa do Povo de Águeda, interrompeu a atividade para se dedicar ao futebol (foi jogador do Recreio e Valonguense, integrando mesmo a equipa que subiu à 3.ª divisão nacional em 2005) e regressou à pesca 19 anos depois. Representa o Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão) após ter integrado a equipa do Sporting
SP - O que é que representa ser convocado para o Mundial?
PR - É um orgulho imenso, como é óbvio. Comecei muito novo e é um estímulo estar onde poucos conseguem, logo é uma experiência rara. Estive na pesca até 1998 e nesse ano consegui o apuramento para o mundial de juniores. Troquei a pesca pelo futebol e quando acabou o futebol na minha vida decidi voltar.
SP - A pesca é uma paixão desde miúdo influenciado pelo pai?
PR - Sim. Sempre pratiquei, mas a nível competitivo foi para aí desde os meus nove, dez anos pela Casa do Povo de Águeda. Nós tínhamos uma excelente equipa, que andava sempre na primeira divisão nacional. Tudo pescadores de Águeda. Foi uma pena a Casa do Povo ter acabado com a pesca.
SP - E por quê?
PR - Deveu-se muito ao declínio que houve de atletas na competição e na modalidade. Hoje em dia, está muito envelhecida, não há sangue novo. A pesca não é uma modalidade olímpica. Quando não se é uma modalidade olímpica, não há projeção nem visibilidade. É também muito dispendiosa e nem toda a gente está predisposta a ter esse encargo.
UM DOS SONHOS NÃO SE CONCRETIZOU: JOGAR COM O PAI NA 1.ª NACIONAL
SP - Disputaste o mundial em 98, enquanto atleta da Casa do Povo, mas houve uma interrupção até 2017. O bichinho, digamos, esteve sempre lá…
PR - Decidi regressar mas tive que voltar à estaca zero, ou seja começar nos regionais, ser apurado para ir para a 3.ª divisão nacional, zona Centro. A pesca, como quase todas as modalidades, é dividida por zonas até à 1.ª divisão nacional. Na 3.ª nacional fui campeão e subi para a 2.ª, Zona Norte; e depois consegui subir à 1.ª divisão. Este é o terceiro ano consecutivo na primeira. É uma divisão extremamente difícil porque ela é composta por 32 atletas, sendo que 16 mantêm-se e 16 descem todos os anos.
Leia o artigo completo na edição n.º 9383 de Soberania do Povo

