Alberto Marques
Galambices, Costices e outras cenas
17 de novembro de 2023Estava longe de imaginar que esta minha modesta colaboração com a Soberania do Povo fosse começar com um tema de âmbito nacional. Durante os cerca de vinte anos em que fui partilhando com os leitores de outro jornal local as minhas opiniões, sempre procurei focar os meus textos em assuntos relacionados com Águeda e a região. Ainda assim, seria impossível passar ao lado do autêntico turbilhão político e mediático que o país atravessa após a demissão do Primeiro-ministro.
Creio que ainda estamos muito – muitíssimo – longe de conhecer os pormenores da investigação da PGR, facto não impeditivo de uma constatação, para mim, primordial: está em curso uma descarada e fortíssima operação de “spin” para “limpar o nome” de António Costa. Desde o inefável Luís Paixão Martins, passando por uma comunicação social histórica e sociologicamente alinhada à esquerda, todos tentam desesperadamente colar a demissão do Primeiro-ministro àquele (vago) último parágrafo do comunicado da PGR.
O processo da PGR envolve o seu braço direito e chefe de gabinete (antigo homem de mão de José Sócrates), o seu grande amigo que está em todas (Lacerda Machado), ex-Secretários de Estado, ex-Ministros e Ministros actuais. Nem precisamos recuar a casos mais antigos (como as golas da Protecção Civil, Tancos, as relações familiares no Governo, Eduardo Cabrita, a contratação de Sérgio Figueiredo por Medina, o caso Miguel Alves, a desautorização de Pedro Nuno Santos, etc, etc, etc…), bastando focar-nos nas mais recentes “galambices”. Quando António Costa segurou Galamba no escândalo TAP, sabia que estava a amarrar o seu destino político a este, digamos assim, insólito governante. Mais: quando, numa despudorada provocação ao Presidente da República, colocou Galamba a encerrar o debate do Orçamento de Estado, Costa sabia que aquele gozo momentâneo poderia ter uma factura. E ela aí está.
Seria de uma ingenuidade pueril acreditar que António Costa teria condições para continuar em funções mesmo que a investigação da PGR envolvesse “apenas” os restantes suspeitos e não terminasse com aquele último parágrafo que menciona o seu nome. Tenho António Costa como um péssimo governante que muito atrofiou e adiou o desenvolvimento do país. Mas, sinceramente, não o tenho como ladrão e custa-me a crer que tenha beneficiado directamente com os factos desta escandalosa teia de corrupção.
Agora, daí à beatificação do ainda Primeiro-ministro vai uma enorme distância. António Costa teria, obviamente, que demitir-se devido ao enorme escândalo, mesmo que o seu nome não aparecesse naquele providencial parágrafo que acabou por dar-lhe um jeitaço. Tentar transformar-se em vítima (um bocadinho agora, muito no futuro) é o típico modus-operandi de um político com o killer instinct de Costa… Mas neste truque só cai quem quer.
Partilhado este estado de espírito de âmbito nacional, termino com o foco (que tentarei manter de futuro) nos assuntos da nossa terra, deixando alguns elogios, reparos e sugestões.
Creio que ainda estamos muito – muitíssimo – longe de conhecer os pormenores da investigação da PGR, facto não impeditivo de uma constatação, para mim, primordial: está em curso uma descarada e fortíssima operação de “spin” para “limpar o nome” de António Costa. Desde o inefável Luís Paixão Martins, passando por uma comunicação social histórica e sociologicamente alinhada à esquerda, todos tentam desesperadamente colar a demissão do Primeiro-ministro àquele (vago) último parágrafo do comunicado da PGR.
O processo da PGR envolve o seu braço direito e chefe de gabinete (antigo homem de mão de José Sócrates), o seu grande amigo que está em todas (Lacerda Machado), ex-Secretários de Estado, ex-Ministros e Ministros actuais. Nem precisamos recuar a casos mais antigos (como as golas da Protecção Civil, Tancos, as relações familiares no Governo, Eduardo Cabrita, a contratação de Sérgio Figueiredo por Medina, o caso Miguel Alves, a desautorização de Pedro Nuno Santos, etc, etc, etc…), bastando focar-nos nas mais recentes “galambices”. Quando António Costa segurou Galamba no escândalo TAP, sabia que estava a amarrar o seu destino político a este, digamos assim, insólito governante. Mais: quando, numa despudorada provocação ao Presidente da República, colocou Galamba a encerrar o debate do Orçamento de Estado, Costa sabia que aquele gozo momentâneo poderia ter uma factura. E ela aí está.
Seria de uma ingenuidade pueril acreditar que António Costa teria condições para continuar em funções mesmo que a investigação da PGR envolvesse “apenas” os restantes suspeitos e não terminasse com aquele último parágrafo que menciona o seu nome. Tenho António Costa como um péssimo governante que muito atrofiou e adiou o desenvolvimento do país. Mas, sinceramente, não o tenho como ladrão e custa-me a crer que tenha beneficiado directamente com os factos desta escandalosa teia de corrupção.
Agora, daí à beatificação do ainda Primeiro-ministro vai uma enorme distância. António Costa teria, obviamente, que demitir-se devido ao enorme escândalo, mesmo que o seu nome não aparecesse naquele providencial parágrafo que acabou por dar-lhe um jeitaço. Tentar transformar-se em vítima (um bocadinho agora, muito no futuro) é o típico modus-operandi de um político com o killer instinct de Costa… Mas neste truque só cai quem quer.
Partilhado este estado de espírito de âmbito nacional, termino com o foco (que tentarei manter de futuro) nos assuntos da nossa terra, deixando alguns elogios, reparos e sugestões.

