Francisco Marques .. O futuro nas nossas mãos
QUANDO O GRITO PERDE O PALCO
22 de outubro de 2025Estas eleições autárquicas, mais do que mapas pintados de novas cores, deixaram um retrato do país real, aquele que vai muito além dos gritos das redes sociais. Entre as surpresas e os desaires, é impossível ignorar que a extrema-direita ficou muito aquém das expectativas.
O partido que se alimenta da indignação e da raiva, habituado a transformar polémicas em votos, tropeçou quando teve de enfrentar o país sem o seu líder no centro do palco.
Este resultado confirma o que já é (ou deveria ser) mais que sabido: o Chega não é um movimento político enraizado, é um espetáculo de um só ator! Vive da voz, da pose e do impulso de quem o dirige, mas quando a cortina cai, o eco desvanece. Sem o magnetismo populista de quem transforma insultos em manchetes, o partido perde força, discurso e, acima de tudo, votos.
Precisamente por isto é que o populismo vive de criar inimigos e de simplificar o mundo até caber num slogan, mas fora do palco, sem as luzes da polémica e a adrenalina do confronto, descobre-se que pouco sobra para construir. E é aqui que a política mostra a sua diferença essencial, pois enquanto uns se dedicam a incendiar o debate, outros continuam a reconstruir as pontes que o populismo queima.
Claro que, tal como já tenho vindo a mencionar, não é um caso isolado, nem exclusivamente português e vamos vendo vários países europeus com o mesmo ciclo de líderes carismáticos que sobem rápido, alimentados pelo descontentamento, mas que caem assim que a fúria esgota a novidade. Itália, França, Hungria, Estados Unidos… enfim, mudam os rostos, repete-se o guião.
Talvez o maior antídoto contra o populismo seja precisamente o que aconteceu nestas eleições, ou seja, o regresso à normalidade democrática, onde a proximidade e o trabalho local valem mais do que o ruído digital. Onde as pessoas conhecem quem as representa, não pelos vídeos virais, mas pelas respostas concretas. E talvez este seja o sinal mais saudável das urnas, pois quando o grito perde o palco, a política ganha espaço para voltar a ser discussão séria.
O partido que se alimenta da indignação e da raiva, habituado a transformar polémicas em votos, tropeçou quando teve de enfrentar o país sem o seu líder no centro do palco.
Este resultado confirma o que já é (ou deveria ser) mais que sabido: o Chega não é um movimento político enraizado, é um espetáculo de um só ator! Vive da voz, da pose e do impulso de quem o dirige, mas quando a cortina cai, o eco desvanece. Sem o magnetismo populista de quem transforma insultos em manchetes, o partido perde força, discurso e, acima de tudo, votos.
Precisamente por isto é que o populismo vive de criar inimigos e de simplificar o mundo até caber num slogan, mas fora do palco, sem as luzes da polémica e a adrenalina do confronto, descobre-se que pouco sobra para construir. E é aqui que a política mostra a sua diferença essencial, pois enquanto uns se dedicam a incendiar o debate, outros continuam a reconstruir as pontes que o populismo queima.
Claro que, tal como já tenho vindo a mencionar, não é um caso isolado, nem exclusivamente português e vamos vendo vários países europeus com o mesmo ciclo de líderes carismáticos que sobem rápido, alimentados pelo descontentamento, mas que caem assim que a fúria esgota a novidade. Itália, França, Hungria, Estados Unidos… enfim, mudam os rostos, repete-se o guião.
Talvez o maior antídoto contra o populismo seja precisamente o que aconteceu nestas eleições, ou seja, o regresso à normalidade democrática, onde a proximidade e o trabalho local valem mais do que o ruído digital. Onde as pessoas conhecem quem as representa, não pelos vídeos virais, mas pelas respostas concretas. E talvez este seja o sinal mais saudável das urnas, pois quando o grito perde o palco, a política ganha espaço para voltar a ser discussão séria.

