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OPINIÃO
O DESNORTE ESTRATÉGICO DO PS E DO PSD
Portugal passa por uma fase política muito incomum, com um vazio de ideias e uma crescente confusão nas duas maiores forças partidárias do país: o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD). Se outrora, estas estruturas eram bases sólidas de estabilidade e visualização estratégica, agora parecem guiadas por impulsos imediatos, mais atentas à espuma do dia, do que ao futuro do país.
Começo pelo PS. Após anos de governo com António Costa — marcados por uma relativa estabilidade, mas também por escândalos, centralismo e desgaste — o partido entrou numa jornada de deserto ideológico. A troca de líder não veio acompanhada de novas ideias. O PS ainda não sabe se quer ser parte da "geringonça", se deve voltar para o centro para competir, ou se quer reinventar-se como um partido moderno do século XXI. Entre desejos europeus e recuos por estratégia, reina a confusão. O discurso socialista tornou-se defensivo, quase burocrático, e perdeu apelo junto de segmentos chave do eleitorado, entre os quais os jovens e as classes médias descontentes.
O PSD, por outro lado, vive um paradoxo ainda mais evidente. Depois de anos a tentar reposicionar-se politicamente, os sociais-democratas parecem viver numa hesitação constante entre o conservadorismo económico, o social tradicional e uma vontade mal disfarçada, para competir com a extrema-direita no campo da retórica de segurança e identidade. A liderança atual mostra sinais de fragilidade tática, com dificuldade em criar uma agenda própria, sendo muitas vezes levada por polémicas circunstanciais ou pela necessidade de responder a adversários mais ruidosos — como o Chega ou a Iniciativa Liberal.
Os dois partidos estão mergulhados num jogo de curto prazo, onde a tática substitui a estratégia e o comentário mediático, substitui o pensamento estruturado. Os líderes estão mais preocupados com as sondagens semanais e com a gestão de danos nas redes sociais, do que em apresentar um rumo claro para o país. O resultado é um vazio Político que abre espaço para o crescimento de forças populistas, cuja ascensão se alimenta precisamente da inércia e cinismo do sistema tradicional.
Portugal precisa de líderes partidários com visão, coragem e sentido de Estado. Não se espera perfeição, mas coerência. Não se pede se sejam infalíveis, mas que possuam no mínimo um rumo para o país.
Em tempo de numerosas crises — habitação, saúde, clima, demografia — a política não pode só reagir, tem de voltar a construir.
Enquanto PS e PSD continuarem sem bússola, o país continuará à deriva.
TEMPOS ESTRANHOS
Vivemos tempos estranhos. Tempos em que o ódio, a violência e a intolerância se sobrepõem à empatia, solidariedade e respeito pelo outro.
A empatia é definida como a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e tentarmos perceber o que está a sentir face a uma situação. A existência de empatia é cada vez mais questionável, numa altura em que o mundo digital está a um ritmo mais acelerado do que nunca.
Nos últimos tempos, têm-nos chegado notícias bastante preocupantes e nada animadoras, tornando-se difícil ficar indiferente face às mesmas. 
Em Portugal, um vídeo de uma violação a uma menor de 16 anos teve mais de 30 mil visualizações e ninguém o denunciou. Como é possível este nível de conivência face a um crime tão grave?  Para além deste caso, já foram descobertos muitos outros semelhantes, como grupos dedicados somente à partilha sem consentimento de conteúdos íntimos de raparigas.
Todos estes casos têm sido denunciados e divulgados pelo ”Não Partilhes”, movimento que tem feito um esforço para consciencializar e alertar todos para o problema.
Na semana passada, em Braga, um rapaz foi assassinado no exterior de um bar após ter denunciado adulterações a bebidas de jovens. Isto tudo a acontecer em Portugal.
A nível global, a situação não é diferente. Vivemos na era dos influencers, que transmitem mensagens superficiais e irresponsáveis que em nada contribuem para o desenvolvimento positivo dos adolescentes e jovens.
E o perigo não vem só dos influencers. Temos um exemplo, recentemente denunciado pelo Nuno Markl, de um jogo promovido pela maior plataforma de videojogos cujo slogan é “Torna-te o pior pesadelo das mulheres”.
Que sociedade estamos a construir? Que futuro estamos a construir?
A recente série da Netflix “Adolescência“, tão amplamente falada, fez-nos refletir sobre os perigos ocultos das redes sociais.
Que possamos refletir, de igual modo, no que pode ser feito para alterar o rumo de toda esta problemática. É necessário arranjar medidas de controlo no que diz respeito à utilização das redes sociais. Para além disso, são precisas penas mais sérias e pesadas para os perpetradores destes crimes, bem como para os que são coniventes com os mesmos.
A CULPA SÓ PODE SER DAS TAXAS
Os europeus ficaram chocados e escandalizados com o anúncio das tarifas impostas pela administração americana às importações da União Europeia. Talvez com razão, pois isso prejudicará as nossas exportações.
Por outro lado, a administração americana argumenta que tais medidas são necessárias para reindustrializar a economia do país e substituir as importações por produtos fabricados internamente. Vale a pena relembrar que, em 2024, os EUA enfrentam uma dívida pública equivalente a aproximadamente 123% do PIB, um défice orçamental de quase 7%, além de um enorme défice comercial e da balança de pagamentos, tendo as mesmas agravado ainda mais os desequilíbrios externos da sua economia em 2024. Apesar do estilo controverso, a administração americana está, ao menos, a tentar resolver os problemas da sua economia e a defender os interesses dos seus cidadãos.
O que me parece estranho é que os europeus se escandalizem com as tarifas americanas, mas não com a falta de soluções para os próprios problemas da economia europeia. O setor automóvel está em crise, a economia, de forma geral, está a definhar em vários países do bloco, e os preços dos bens essenciais continuam a subir. No entanto, não nos indignamos ao pagar o gás natural três a quatro vezes mais caro do que os americanos, ou os combustíveis 2,5 vezes mais caros! Não ficámos escandalizados quando, em fevereiro de 2025, o preço do gás natural estava ao dobro do que em fevereiro de 2024. E, na eletricidade, as famílias europeias pagam o dobro do que as americanas. Como todos sabem, o preço da energia afeta tanto o custo de produção das empresas quanto o bem-estar das famílias. Mas, curiosamente, esses factos não parecem chocar os adormecidos europeus.
Talvez seja hora de, em vez de olhar- mos tanto para os outros, focarmo-nos em resolver os nossos próprios problemas económicos. Estamos diante de uma Europa envelhecida, excessivamente dependente de importações, atolada em burocracia e com regulamentações que sufocam o crescimento. Enquanto fingirmos que está tudo bem, continuaremos a empurrar os nossos problemas com a barriga – até que seja tarde demais para resolvê-los.
EU, 100 ANOS DA OF 12 DE ABRIL
A Banda de Travassô, hoje Orquestra Filarmónica 12 de Abril, tinha quinze anos quando eu nasci e eu tinha quinze anos quando, num fim de tarde, ganhei coragem para entrar naquele casarão tosco, sombrio, frio e sem qualquer conforto:
- A casa de ensaio da Banda e onde se preparavam os futuros músicos!
Timidamente, me dirigi ao mestre:
- Eu também gostava de aprender música!
Olhando-me de soslaio do alto da sua posição, ferindo a minha sensibilidade, perguntou-me:
- E tu podes ser músico?
Baixei a cabeça, afastei-me para o canto mais distante da sala donde observei a lição àqueles a quem ninguém perguntou se podiam ser músicos!
As horas passaram depressa quando, do velho relógio pendurado na parede, soaram as doze badaladas que anunciavam a hora de apagar a luz.
Na saída, juntei-me aos projetos de músicos que, entusiasmados, contavam os dias que faltavam para vestir a farda.
Só nesse momento ele percebeu que eu tinha estado presente em toda a aula e, surpreso, olhou-me com desdém e ar de enfado, voltando à mesa de trabalho onde, em papel comum, desenhou o pentagrama musical e acrescentou-lhe a Clave que dá o nome ás notas.
Depois, escrevinhou sete semibreves na escala dó Maior e entregou-me a primeira lição sem mais qualquer informação acessória.
No regresso, segui o caminho enlameado e ladeado de frondosas árvores, cujas sombras formavam fantasmagóricas figuras das lendas que, ao calor da fogueira, ouvíamos o pai ler nos livros que os vizinhos lhe emprestavam.
Ao chegar a casa parei no pátio; sentei-me junto a um monte de palha a estudar a lição, à luz do luar, e adormeci com aquele papel sob a cabeça: Só agora estas imagens me acordaram para contemplar a obra que se fez durante o meu longo sono!
CONTRA AS VIOLÊNCIAS DOMÉSTICAS, MARCHAR, MARCHAR
Temos recebido notícias sobre violência entre jovens com periocidade preocupante.
Um alerta da Europol dá-nos conta de organizações criminosas que se têm instalado nas redes sociais e nas plataformas de jogos com o propósito de, segundo as declarações desta Agência Europeia para a Cooperação Policial, "normalizar a violência e corromper os menores, promovendo o colapso da sociedade moderna através do terror, do caos e da violência, e disseminando ideologias que inspiram tiroteios em massa, atentados bombistas e outros crimes".
Os jovens angariados sobem na hierarquia se produzirem e partilharem vídeos de conteúdo muito violento, como soubemos que aconteceu recentemente no caso da violação depois exposta pelos supostos "influencers".
A vizinha Espanha já se prepara para impedir menores de 16 anos de utilizarem as redes sociais pelos vários riscos que comportam.
O que faremos nós com a nossa casa alargada? E o que faremos pelo desenvolvimento salutar das próximas gerações? Estaremos a dar o melhor exemplo enquanto adultos?
Se lermos os comentários a notícias no mundo virtual, percebemos o aumento da desumanização pelos comentários jocosos, pela desvalorização do sofrimento humano, pelos risos maliciosos e outras demonstrações de falta de empatia. Estes internautas serão certamente parte do problema nas redes, mas também nas famílias e nas escolas enquanto referências negativas na vida de crianças e adolescentes cuja personalidade está em formação.
Por outro lado, se analisarmos os números da violência em relações amorosas ou de parentesco, percebemos que vivemos guerras domésticas debaixo do nosso nariz também neste sentido, lidando de forma demasiado indiferente com esta sabotagem dos futuros adultos que são nossa responsabilidade directa ou indirecta.
Há a violência que acontece no contexto familiar e/ou de coabitação e a que se vive colectivamente num país, sendo que ambas exigem intervenções mais capazes do que as que temos visto até agora.
Em Águeda, assim como no restante território nacional, a violência doméstica aumentou em 2024. Foram registados mais 24 crimes do que em 2023, segundo notícia do jornal Soberania do Povo de janeiro deste ano, o que mostra como também a nível local se sente este acentuado estado de conflituosidade.
Que saibamos trazer a público estes temas e que consigamos criar espaços onde os jovens se possam desenvolver de forma saudável e preparada.
O ESTADO MAFIOSO DE TRUMP: TARIFAS, LEALDADE E VASSALAGEM
O que Donald Trump nunca compreendeu sobre o poder americano é que este nunca foi só um instrumento de força bruta — era um sistema. Um sistema de alianças, de regras, de interdependência económica que garantia que, na maioria das vezes, o mundo se inclinava a favor dos Estados Unidos sem que fosse necessário disparar um único tiro ou renegociar um tratado com ameaças.
Mas Trump nunca foi um construtor de sistemas. Sempre foi um destruidor. As suas tarifas — vendidas ao público americano como uma manobra dura contra a China e outros parceiros comerciais — não são uma ferramenta estratégica, mas simplesmente um capricho disfarçado de política. O resultado na?o foi uma proclamada "restauração da grandeza americana", mas sim confusão crescente, aumento de custos, isolamento global — e agora, uma nova crise financeira em curso.

RECESSÃO À PORTA

Nos últimos quatro dias, o índice Dow Jones caiu mais de 3.400 pontos — a pior quebra percentual em quatro dias desde Outubro de 1987. O S&P 500 desceu 11%, apagando trilhões em valor de mercado. Isto não são meros tremores. É uma correção súbita e grave perante um ambiente económico errático e uma incerteza estrutural profunda, muito dela provocada pelas deciões de Trump — tarifas arbitrárias, retaliações imprevisíveis e uma governação puramente transaccional.
Esta quebra já está a ser comparada aos choques dos anos 80 e até ao colapso de 1929 que deu origem à Grande Depressão. Mas há uma diferença inquietante: nessas crises anteriores, o governo acabava sempre por intervir. Em 1987, Reagan tinha James Baker. Em 1929, Herbert Hoover — com todas as suas falhas — acreditava no sistema. Hoje, Trump promete uma purga.

JÁ NÃO HÁ "ADULTOS NA SALA"

No seu primeiro mandato, Trump foi rodeado — a contragosto — por algumas figuras moderadoras: Jim Mattis, John Kelly, H.R. McMaster. Nem sempre conseguiram contê-lo, mas tentaram. Agora, todos desapareceram, afastados ou exilados por "falta de lealdade". No seu lugar esta?o os leais e bajuladores: conselheiros escolhidos não pela competência, mas pela disposição de obedecer e elogiar.
Recentemente, Trump agravou ainda mais o clima de intimidaçao ao vangloriar-se publicamente de ter retirado a proteção dos Serviços Secretos a Mike Pompeo e John Bolton — dois antigos membros do seu governo que se tornaram críticos. A mensagem foi clara: quem sair da linha, ate a sua segurança pessoal é negociável. Para líderes empresariais e governos estrangeiros, o recado é o mesmo.
O que estamos a testemunhar não é apenas má política — é a construção de um Estado mafioso.

TARIFAS COMO TRIBUTO

As tarifas, sob Trump, não são instrumentos de política económica. São ferramentas de controlo. Não seguem uma lógica consistente. Funcionam como provas de lealdade — mecanismos para atrair liíderes estrangeiros, executivos e até sectores inteiros da economia para uma relação de dependência pessoal. Quer uma isenção? Quer alívio fiscal? Vá até Mar-a-Lago. Faça o seu pedido. Elogie o chefe.
Nesta visão do mundo, líderes como Vladimir Putin e Kim Jong-un não são párias — são respeitados como chefes de outras "famílias". Não contribuem para instituições internacionais porque, na cosmologia mafiosa de Trump, as instituições não importam — só importam os clãs. Os aliados da NATO, por outro lado, são criticados não por má conduta, mas por não pagarem "o suficiente" ao chefe. Sintomaticamente, Trump não impôs qualquer tarifa à Rússia — enquanto a Ucrânia, vítima de agressão e aliada do Ocidente, foi penalizada com uma tarifa generalizada de 10% sobre todas as exportações.
O objectivo não é corrigir o défice comercial ou proteger os trabalhadores americanos. O objectivo é criar um mundo onde nada acontece sem passar por ele.

OS CÚMPLICES REPUBLICANOS

E assim, o mesmo partido que durante décadas defendeu os mercados livres, agora aplaude enquanto o sistema implode, transformando-se num regime de transacções pessoais. Parlamentares republicanos, que recitavam o evangelho do comércio livre e da vantagem competitiva, hoje aceitam — ou fingem aceitar — um mundo em que as tarifas são distribuídas como fichas de casino, cada uma servindo como moeda de troca para obter favores.
Não há muito tempo, os republicanos condenavam com fervor a economia de caudilho da Venezuela, ou acusavam Hugo Chávez de nacionalizar indústrias por motivos políticos. Mas o estado tarifário de Trump tem o mesmo impulso — apenas com a diferença do fato e gravata.

O CAMINHO DE RETORNO

A liderança económica dos Estados Unidos não pode ser restaurada com slogans nem com teatralidade autoritária. Exige previsibilidade, transparência e um regresso à ordem baseada em regras e consensos. As tarifas devem ser raras, estratégicas e coordenadas com aliados — não usadas como castigo a amigos ou prémio para aduladores.
Entretanto, enfrentamos já as consequências: os mercados a implodir, a reputação destruída, e uma filosofia de governação que se confunde com extorsão. O sistema americano sempre foi resistente — mas nunca foi concebido para sobreviver a um presidente que pensa como um padrinho da ma?fia.
As tarifas foram o sinal de aviso. O crash é a consequência.
OS ALICERCES DE UMA LIBERDADE ADIADA
A paz, o pão, habitacção, saúde e educação. Já assim ensinava a música de Sérgio Godinho há 51 anos. Estas necessidades básicas, que constituem (ou pelo menos deviam constituir) uma sociedade plena, apesar dos grandes avanços desde então, parecem hoje tão fulcrais e carentes de reestruturação como nunca. Vamos por partes, seguindo a ordem do artista. No que respeita à paz, bem sabemos, enquanto europeus, como estamos vulneráveis neste momento — não apenas pela guerra na Ucrânia, que por si só já seria motivo suficiente para alarme, mas também pela nova guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos.
O futuro não se apresenta muito sorridente, e a luta pela paz parece atravessar o seu momento mais tenebroso desde a Guerra Fria. Quanto ao pão, qualquer português que faça compras percebe como os salários parecem ser os únicos que não acompanham a inflação. Todos os bens que consumimos no dia a dia vão-nos deixando a carteira cada vez mais leve e o poder de compra substancialmente mais fraco.
Aliado a isto, não esqueçamos que o bolso — já quase vazio — ainda tem de pagar uma renda, esse novo luxo dos anos 20, que é poder ter uma casa. É incompreensível que nós, jovens, a geração mais qualificada de sempre, mal consigamos arranjar uma habitação com renda acessível.
Mais grave ainda é vermos os apoios do Estado central para esse efeito estagnados há meses, como se não se tratasse de uma questão de urgência nacional.
E, finalizando a receita de uma sociedade instável, aquelas que são as áreas mais desenvolvidas desde o 25 de Abril — a saúde e a educação — enfrentam uma crise sem paralelo desde a criação do SNS e da escola pública.
Estes pilares da nossa sociedade, orgulhosamente construídos ao longo de décadas e responsáveis pelo extraordinário desenvolvimento do país desde a ditadura, encontram-se hoje em profunda recessão.
Nunca uma música que marcou uma revolução foi tão atual como agora. Porque, efetivamente, só haverá liberdade a se?rio quando estes alicerces estiverem bem assentes e garantidos.
MÚSICA E DESPORTO DE ÁGUEDA: O VALOR DA FORMAÇÃO E DA REPRESENTATIVIDADE
No próximo fim de semana, duas coletividades de Águeda celebram aniversários significativos, ambas com uma longa história de impacto no desenvolvimento cultural e desportivo da região: a Orquestra Filarmónica 12 de Abril (100 anos) e o Recreio Desportivo de Águeda (101 anos).
Embora a primeira seja voltada para a música e a segunda para o desporto, ambas partilham um objetivo comum: proporcionar uma formação que, ao mesmo tempo que é específica para aqueles que querem seguir carreira profissional, também tem uma vertente complementar que beneficia todos os envolvidos. A música e o desporto são, assim, duas faces da mesma moeda, ambas dependentes de tarefas individuais inseridas numa lógica de grupo, com o objetivo de alcançar um rendimento coletivo superior.
A relação entre o trabalho individual e o coletivo é um dos valores mais importantes nas atividades formativas, seja na música ou no desporto. Em ambas, o sucesso depende do desenvolvimento de competências específicas que só podem ser plenamente alcançadas quando o grupo trabalha em conjunto, respeitando papéis e funções que vão além do simples desempenho técnico.
Na Orquestra Filarmónica 12 de Abril, por exemplo, a técnica de cada músico deve estar alinhada com o ritmo e a harmonia de todos os outros membros, criando uma performance única e sinérgica. No desporto, e particularmente no futebol, o mesmo princípio se aplica: a qualidade individual de um jogador só tem valor se contribuir para a equipa, se a sua ação tiver um impacto positivo no coletivo.
Quando, aos 23 anos (década de 80), apresentei um projeto para o futebol de formação do Recreio Desportivo de Águeda, havia uma forte convicção pessoal de que a representatividade do concelho seria duplamente positiva se conseguíssemos formar uma base alargada de jovens locais, projetando as qualidades da juventude Aguedense para fora de portas. Era um objetivo nobre e transformador: criar oportunidades para os jovens de Águeda e dar-lhes as ferramentas necessárias para o sucesso, não só na sua vertente desportiva mas também enquanto cidadãos. Havia vontades várias e um contexto que favoreceram o objetivo!
Este mesmo princípio - verifico com agrado e orgulho Aguedense - tem sido seguido pelas filarmónicas de Águeda, que, com uma formação sólida e um trabalho integrado entre várias entidades, conseguiram crescer tanto em número quanto na qualidade das suas performances.
O movimento filarmónico Aguedense é um reflexo claro de como o investimento na educação musical, em paralelo com a união de vontades de diversas partes da comunidade (pessoal e institucional - com lideranças sensíveis à causa e resilientes), pode elevar o nome de Águeda no panorama cultural.
Contudo, há uma diferença marcante entre a evolução da música e do desporto coletivo no concelho. Enquanto as filarmónicas de Águeda têm visto uma crescente qualidade e aumento do número de jovens a integrar-se e a destacar-se, no desporto coletivo, particularmente no futebol, a situação é mais complexa. Os melhores jovens jogadores tendem a sair (cedo demais) do concelho, em busca de clubes similares fora de Águeda, que ofereçam sobretudo visibilidade, devido ao patamar competitivo em que se encontram. No passado, os regulamentos impediam a vinda para Águeda dos melhores jogadores dos clubes que hoje os captam de Águeda. Essas restrições foram removidas, o cenário tornou-se mais competitivo e o envolvimento mais agreste. Não há prazer, há pressão; a formação está refém dos resultados e a carreira alucinada pelos milhões ao alcance de uma minoria. É o futebol mediático a condicionar o futebol jogo!
Este fenómeno reflete uma realidade triste: no futebol concelhio, apesar de ser a atividade que mais jovens ainda mobiliza, ninguém se destaca coletivamente com a mesma intensidade que se via no final do século XX. O futebol de formação do Recreio, que foi reconhecido a nível regional e nacional na década de 80, formou para si e para os clubes do concelho (em 2000 eram 51 os jogadores que defendiam as respetivas cores). O próprio Recreio competiu anos a fio entre as 2.ª e 3.ª divisões nacionais seniores com uma base alargada de jovens formados no próprio clube. Ou seja, ganhou o Recreio e ganharam todos!
O contraste entre as duas realidades, a da música e do futebol, coloca uma questão importante: como é possível que, enquanto a música se fortalece e se projeta, o futebol pareça estar a perder força e relevância, apesar dos esforços de muita gente? A resposta talvez esteja no apoio institucional e na forma como as coletividades se estruturam.
Enquanto as filarmónicas de Águeda têm trabalhado num modelo de crescimento coletivo e de integração de várias entidades (valorizando também quem é seu, revelando competências), o desporto, em especial o futebol, enfrenta dificuldades de coesão e - sobretudo - tem dificuldades em projetar na ação de uma larga maioria de agentes os valores que pode infundir se for aproveitado como um meio complementar de formação, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de competências sociais, emocionais e cívicas: trabalho em equipa e colaboração, disciplina e responsabilidade, gestão de emoções e resiliência.
OS BENEFÍCIOS DA ALTERNÂNCIA DO PODER
Tal como em tudo na vida, também na política os ciclos são inevitáveis — e necessários. A alternância no poder é um dos pilares fundamentais de uma democracia saudável. A nível nacional, nem sempre é fácil encerrar os ciclos políticos a tempo, mas a realidade local mostra-se, por vezes, mais dinâmica. A entrada em vigor da Lei n.º 46/2005, que limita os mandatos consecutivos dos presidentes de Câmara Municipal e de Junta de Freguesia, vai provocar nas próximas autárquicas uma mudança sem precedentes em muitas (talvez na maioria) das autarquias portuguesas.
Este fenómeno cria espaço para uma renovação política relevante. Em vez de encarar a mudança como uma perda, é uma oportunidade de oxigenação da democracia local, de abertura a novas ideias, estilos de liderança e, sobretudo, a novas gerações que trazem consigo outra energia e uma visão mais atual das necessidades da população, é por isto que é tão importante para nós jovens e para a sociedade no seu todo dar oportunidade a novos rostos.
No entanto, é importante reconhecer que nem todas as autarquias vão sentir esta transição de forma direta. No caso de Águeda, por exemplo, a limitação de mandatos não se aplicará ao atual Presidente da Câmara, podendo recandidatar-se aos próximos quatro anos. Ainda assim, o debate sobre a importância da alternância mantém-se pertinente. Cabe-nos, enquanto cidadãos, refletir sobre o equilíbrio entre continuidade e renovação, e mais do que isso, ter a vontade de renovar. É essencial dar espaço a novos rostos, avaliar propostas com sentido crítico e não temer a mudança só porque é desconhecida.
É a aposta na mudança que leva ao crescimento seja ele social ou económico. Novos pontos de vista
A alternância do poder não é um ataque ao passado, mas sim uma defesa do futuro.
ENTRE A GUERRA E A PAZ
Entre a guerra e a paz. Na verdade, avaliando estes dois extremos, que ficará no meio?
Abomina-se a guerra que rouba a serenidade a qualquer ser humano dotado de sentimentos e receios múltiplos. Muitos problemas consequentes são analisados num misto de dor, mas também com certo afastamento por ela acontecer em locais muito longínquos, não acarretando tantas coisas desagradáveis como àquelas gentes que vivem debaixo da metralha e destruição em quaisquer momentos do dia, vendo a sua vida e haveres irem água abaixo sem nenhumas hipóteses de recuperação, por leve que ela seja.
Vivemos numa certa paz, sem dúvida, ainda que abalados, constantemente, pelas atrocidades cometidas a esmo e num ambiente que parece não acabar. Deparamos, muito pelo contrário, com o recrudescer de tantas maldades, todos os dias. A comunicação social parece fazer gala ao dar em primeira mão a nota dos desvios humanos mais atrozes que enlutam uma sociedade, nascida e criada para a ligação e respeito de todos os seus membros. Concluímos, porém, que quase não passam de utopia a esperança ou a promessa da paz.
Sucede que, em muitos momentos, mesmo nos que aparentam alguma pacatez, os membros da sociedade vivem em sobressalto permanente na perspectiva de o mal cair à sua porta, ainda que lutem e rezem, confiando não verem chover os petardos perto de si.
Mas, então, qual será essa confiança de que a trovoada não incomode mesmo aqueles que estão longe de nós e nem conhecemos? Como viverão e que sensações assaltarão tantas almas que já perderam a noção de um qualquer futuro ditoso? Esse futuro já não existe. Comenta-se e fazem-se propósitos, mas tudo isso não passa de fantasias optimistas que jamais se acharão realizadas. São derrotas sobre derrotas, quando aguardávamos sempre uma melhoria crescente. A sociedade está podre.
Fala-se de acordos, são colocadas em cima da mesa as promessas e premissas, supostas como razoáveis, para entendimentos, mas estes tardam ou nem chegam a ser postos em prática pelos seus fazedores. Faltam a rectidão e a honestidade entre indivíduos e grupos. As ganâncias em todos os sentidos superam os esforços que, mesmo assim, muitos querem empreender para um bem-estar universal.
Fazem-se variados convénios de paz. Oxalá, viesse, alguma vez, a conseguir-se alguma coisa.
Mas também se pergunta: alcançada ela, a paz, que fica pelo meio de tal desgraça? Como podem tantos e tantos experimentarem-na, quando milhares e milhares de irmãos inocentes, desde as crianças aos mais idosos, não voltarão ao convívio de ninguém? Que meios serão utilizados para se reconstruirem casas e readquirirem outros bens essenciais, destruídos e, agora, apenas pedras sobre pedras?
Como voltarão ao equilíbrio anímico e mental milhões de pessoas que sofrem e sobrevivem em situações deploráveis, uma vez que a sua vida parece ter perdido a razão de ser?
Ah, quão diferente seria o Universo se todos os homens conseguissem erguer a fraternidade e serem felizes!!!
ELEIÇÕES, CRISES E FALTA DE AUTONOMIA DO PSD LOCAL
A revolução de Trump nos EUA, o imperialismo territorial de Putin, e as guerras comerciais que estes estão a alimentar com a China, são o dealbar de uma nova “era do caos” em que o conflito está a superar os consensos e a cooperação.
As guerras e os muros já não são só territoriais mas acima de tudo comerciais e políticos.
Em Portugal vamos este mês comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril de 1974, num clima internacional desfavorável e num clima nacional de crispação e polarização da atividade Política.
A degradação da Politica e da democracia é naturalmente influenciada pelo cenário internacional, pelo recrudescimento dos populismos e dos nacionalismos, mas também pela crise das instituições de mediação social - a família, as igrejas, os partidos ou os sindicatos e, a escola.
As famílias vão gerindo como podem o drama da violência doméstica e da violência contra os filhos (física, mental e sexual) disseminada através de redes sociais sem controlo, sem educação e sem limites.
As igrejas, em particular a Igreja católica, nem com o progressismo inteligente do Papa Francisco (que agora está fisicamente debilitado) consegue inovar nos seus métodos e na sua “ideologia”.
Os sindicatos deixaram de representar os trabalhadores para se transformarem em fiéis correias de transmissão dos partidos (em geral de esquerda), e centros de novas oportunidades para lugares dos seus dirigentes.
Os partidos, sobretudos os partidos democráticos, deixaram de representar os cidadãos em geral, para funcionarem como centros de emprego para desempregados políticos, que em regra são gente da “bolha do aparelho”, do agrado dos dirigentes de turno que escolhem para as listas de deputados, para o governo, ou para outros lugares políticos, não os melhores, não os mais capazes e habilitados, mas os da claque, os que juram fidelidade eterna às lideranças na hora da escolha.
A Escola, pública ou privada, com algumas exceções (onde está a geração mais preparada de sempre), com professores exaustos e desmotivados, vive mais para os rankings do que para a formação cívica e cientifica dos alunos, e estes vivem mais agarrados aos telemóveis, às redes sociais e ao submundo do Tik Tok e da Dark Web, do que à leitura de livros, ao pensamento livre, e ao estudo responsável.
Num só ano em que vamos ter eleições legislativas, vamos eleger praticamente os mesmos deputados, o mesmo governo (AD/PSD), e nas eleições presidenciais corremos o risco de eleger um Presidente não político, ainda não candidato, contra os partidos.
No Poder Local, em Águeda, na ausência de alternativa, mas também por algum mérito próprio, vamos eleger no seio da candidatura dum partido político (PSD), o mesmo presidente de Câmara independente (Jorge Almeida) e o mesmo presidente de Assembleia Municipal independente (Filipe Almeida), provavelmente com a mesma coligação com o mesmo partido (MPT) que ninguém conhece.
O problema não está obviamente no facto dos partidos em geral, e do PSD local em particular, integrarem independentes válidos como é o caso.
Isso é bom e até desejável.
O problema está no facto de serem os independentes, mais uma vez, a condicionar as candidaturas do PSD local, como se este não tivesse capacidade de se auto determinar ou de defender a sua identidade própria.
Percebem agora porque temos que reformar todo o sistema político e as instituições de mediação da democracia, em particular os partidos políticos?
DEMOCRACIA QUE TRATA CIDADÃOS COMO NÉSCIOS
O atual quadro de restrições que limita a divulgação pública das atividades das autarquias, durante o período que antecede as eleições legislativas, levanta uma série de questões sobre a liberdade de informação, a autonomia dos cidadãos e o fortalecimento da nossa democracia.
Embora o objetivo seja evitar abusos e garantir a equidade do processo eleitoral, esta medida contribui para o já empobrecido debate público e para a limitação da capacidade crítica dos cidadãos. Subestima a inteligência e a autonomia dos indivíduos, tratando-os como incapazes de tomar decisões ou compreender questões importantes.
Nem toda a comunicação feita pelas autarquias locais se resume a uma forma de marketing ou a uma tentativa de influência do eleitorado. Muitas das atividades realizadas são legítimas e de interesse público, envolvendo ações que ajudam a resolver problemas locais. Ao restringir a divulgação dessas atividades, corremos o risco de confundir cidadãos com simples participantes. Em vez de encorajar a participação ativa e informada, esta limitação pode contribuir para a desmotivação do interesse público e tornar os cidadãos passivos, sem os meios para questionar ou avaliar o que está em causa.
No entanto, o aspecto mais problemático é a transformação das questões políticas no jogo de "caça às bruxas", onde qualquer pequeno deslize ou falha nas práticas de comunicação das autarquias locais é alvo de denúncias e queixinhas sem fundamento. Em vez de promover um debate construtivo sobre questões que realmente importam, como a melhoria das políticas públicas e o bem-estar da população, está-se a alimentar um clima de desconfiança e negativismo, onde o foco é procurar falhas em ações que, muitas vezes, não têm impacto real. Isso contribui para um ambiente político tóxico: as energias são gastas em disputas pequenas e insignificantes, em vez de se buscar soluções para problemas estruturais.
Por fim, a proteção da democracia não deve passar pela subestimação dos cidadãos mas pelo fortalecimento da sua capacidade crítica e reflexiva. Quando se quer uma sociedade pujante e uma democracia forte e saudável, deve-se apostar no crescimento cívico dos cidadãos, dotando-os de ferramentas que lhes permitam refletir sobre a comunicação que recebe, avaliando-a de forma ponderada e responsável.
O foco deve ser em educar, em criar uma cidadania ativa e consciente, que saiba distinguir entre informação, propaganda e marketing. Só assim será possível alcançar uma verdadeira democracia participativa, onde os cidadãos se sintam capacitados para tomar decisões informadas, sem a necessidade de tutela ou restrições desnecessárias.
Em vez de tentar proteger os cidadãos de uma realidade que eles deveriam ser capazes de compreender e avaliar, recomendar-se-ia que fossem criados os meios para que possam servir cidadãos mais críticos, atentos e responsáveis. A democracia não deve ser vista como algo a ser protegido de forma excessiva, mas como algo a ser vívido e desenvolvido, com confiança na maturidade do eleitorado.
MOÇÕES, CONVULSÕES E ELEIÇÕES
A 18 de maio vamos a eleições. Sabendo o chumbo anunciado que mereceria uma moção de confiança, Luís Montenegro, por um motivo pessoal (não foi partidário e muito menos nacional), preferiu avançar para novas eleições. Partiu do princípio que, se legitimado pelo voto popular, passaria a ser legal, ou no mínimo, eticamente aceitável, a situação da empresa, que era sua, mas não era, prestadora de consultoria a outras sobre as quais, enquanto primeiro-ministro, poderia ser chamado a decidir.
Vale a pena recordar o episódio bíblico da escolha do povo de Jerusalém por Barrabás e não por Jesus. Barrabás não deixou de ser quem era. O voto do povo não branqueou o passado de Barrabás.
Voltando ao presente e fazendo uma ligeira retrospetiva da convulsão parlamentar, agora é fácil de constatar que seria difícil a um governo, apoiado por uma pequena maioria, governar tranquilamente durante uma legislatura de quatro anos. A AD tinha 80 deputados, o PS tinha 78 (tantos quantos o PSD) e o CHEGA começou com 50 e terminou com 49. Não há dúvidas que, num parlamento tão fracionado, seria necessário muito bom-senso e capacidade de negociação por parte do governo, o que não se verificou. Quando negociou, preferiu fazê-lo com o PS, não querendo ler a vontade popular de se virar a página ao socialismo. Convulsão atrás de convulsão, porque, assim como o governo, também o PS de Pedro Nuno Santos não se mostrou confiável.
Vieram as moções, de censura, duas, e de confiança, uma. Todas foram rejeitadas. A não aprovação de uma moção de confiança implica a demissão do governo e, na ótica do ainda Presidente da República, a ida a eleições. Assim será!
São três os responsáveis, Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e Marcelo Rebelo de Sousa. Ao terceiro, como se disse em relação a um seu antecessor, “há que ajudar o Senhor Presidente da República a terminar o mandato com dignidade”. Quanto aos dois primeiros, o povo poderá censurá-los, a 18 de maio, no ato mais representativo da democracia, as eleições.
Os portugueses decidirão!
FICA DIFÍCIL NÃO TER ORGULHO NA NOSSA CIDADE!
Nos últimos meses, tenho viajado de norte a sul do país, contactado com anseios de regiões que não conhecia tão bem assim. Conheço agora um Portugal resignado, onde as necessidades se perdem no vento, mas também conheço um Portugal, como o de Águeda, onde se arregaçam as mangas e se concretizam projetos que fazem a diferença. Se já nos destacávamos pela inovação, pelo dinamismo empresarial e pelo nosso querido Umbrella Sky Project, agora temos ainda mais motivos para sorrir.
Três grandes obras estratégicas vão reforçar a posição de Águeda: a ligação rodoviária Águeda/Aveiro, a conexão do Nó de Recardães do IC2 à A1 e a acessibilidade do Parque Empresarial do Casarão (PEC) ao IC2. Não são apenas traços num mapa – são investimentos que vão melhorar a mobilidade, impulsionar a economia local e reforçar a nossa ligação ao país.
Menos tempo no trânsito, mais eficiência no transporte de mercadorias e novas oportunidades para empresas que queiram investir na nossa terra. E convenhamos, daqui em diante, poucas desculpas se poderão levantar para não vir, ficar e acrescentar valor.
O esforço conjunto entre a Câmara Municipal de Águeda, a Câmara Municipal de Aveiro e o Governo tem sido determinante para que estas infraestruturas sejam uma realidade. Agora, com os prazos definidos até 2026, o caminho está traçado e não há GPS que nos desvie deste rumo de crescimento.
Se há uns tempos nos queixávamos de que algumas destas ligações pareciam um sonho distante, agora podemos dizer, com confiança, que o futuro está cada vez mais próximo. O desenvolvimento faz-se com visão, planeamento e ação, e é exatamente isso que estamos a testemunhar.
Portanto, caros aguedenses, preparem-se! Vamos ver mais estradas, mais investimento e, claro, mais progresso. Águeda já era uma referência – agora, vai ser um verdadeiro ponto de passagem obrigatória (e acessível).
ELEIÇÕES + ELEIÇÕES + ELEIÇÕES @ÁGUEDA.PT
Desde D. Afonso Henriques “O Conquistador”, a extensa linhagem de monarcas portugueses teve um pouco de tudo: desde um “Povoador”, a um “Lavrador”, passando por um “Venturoso”, um “Piedoso”, um “Desejado”, um “Restaurador”, uma “Piedosa”, um “Clemente”, uma “Educadora” e um “Patriota”, entre outros cognomes. Em pleno século XXI, a recta final do “reinado” de Marselfie “O Dissolvente”, passará para a posteridade com um frenético ciclo eleitoral. Ainda não arrefeceram as eleições Regionais na Madeira, e vamos para Legislativas antecipadas já em Maio, seguidas de Autárquicas talvez em Outubro e, no início de 2026, Presidenciais.
O país (leia-se, “o povo”) vai esgotando a paciência para tantas “festas de democracia” e anseia por alguma estabilidade que permita o desenvolvimento do país e melhores condições de vida. Não me interpretem mal: prefiro, de longe, a profusão de eleições democráticas do que a sua total ausência, mas a verdade é que já ia sendo tempo de os nossos representantes conseguirem compromissos que garantam a governabilidade do país, sem tantos solavancos e retrocessos. Seja como for, les jexu son faits e cumpre aos candidatos a conquista dos seus eleitorados.
Relativamente às Legislativas (e porque tento sempre incluir Águeda nos textos que aqui vou partilhando), assinalo com satisfação a inclusão da minha amiga Paula Cardoso num lugar elegível – e cimeiro – na lista do PSD ao círculo eleitoral de Aveiro, liderada pelo Primeiro-Ministro incumbente, o também amigo Luís Montenegro. Para Maio, portanto, a minha decisão é facílima.
Quando, em Outubro, formos chamamos a votar para Assembleia Municipal, Câmara Municipal e Juntas de Freguesia, temo que já terá sido concretizado o lamentável erro da desagregação de freguesias. Os caciques locais levaram a melhor, e terão terreno fértil para recuperar ou conquistar o seu quinhão de poder. Quanto a previsões, parece-me – à data de hoje – que o actual executivo municipal vencerá, eventualmente por uma margem ainda maior…
Finalmente, em Janeiro de 2026, voltaremos às urnas para escolher o Presidente da República. Para já, apenas um candidato, aquele que apoio convictamente, apresentou a sua candidatura. Quanto a protocandidatos, é uma farturinha: desde António José “Qual é a pressa” Seguro, ao inefável Dr. Vitorino, passando pelo intermitente Dr. Ventura até ao segredo mais mal guardado do país, um Almirante cujo pensamento ninguém conhece e que penso ter visto associado a uma marca de “douradinhos”. O meu voto vai, sem hesitações, para o Dr. Luís Marques Mendes, um referencial de experiência política, competência profissional e, de longe, o mais bem colocado para promover os tão necessários equilíbrios e compromissos de que o país tanto necessita.
Por mim, como facilmente se percebe, escusavam partidos e candidatos de gastar tempo e dinheiro em campanhas. Quem estiver atento ao que se passa no país não terá grandes dificuldades em decidir os seus sentidos de voto. Já os mais distraídos, esses serão o alvo das campanhas que aí vêm. Siga a festa… Viva a Democracia.
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OPINIÃO | Carlos Abrantes | A Coreia do Norte é fixe
Quando disse aos meus amigos que ia de férias para a Coreia do Norte a reacção não se fez esperar. Para a Coreia do Norte? Tens a certeza que queres ir para a Coreia do Norte? E ficavam a olhar para mim com aquele ar compadecido de quem acha que eu tinha perdido o tino. Com tantos destinos de sol e mar, com Mediterrâneo e Caraíbas, com Brasil e Tailândia eu escolhera a Coreia do Kim Jong-Un, Mr. Rocket Man!
E foi uma óptima escolha.
Aconselho aos ambientalistas do PAN, tão na moda, e aos amantes das grandes causas politicamente correctas, uma estadia naquele paraíso ambiental. Não sofrerão com os engarrafamentos das grandes metrópoles capitalistas porque em Pyongyang, a capital, praticamente não circulam automóveis, nem camiões, nem autocarros. Emissões de carbono zero, ou quase.
Em contrapartida vê-se muita gente a pé, a caminho do trabalho ou de lado nenhum, promovendo um estilo de vida saudável, sem complicações cardiovasculares ou de diabetes. À excepção do “querido líder”, não vi gordos. Uma vitória do povo norte coreano que, desse modo, pode dispensar a existência de serviço nacional de saúde.
Também o regime alimentar muito frugal, pobre em hidratos de carbono, proteínas, gorduras e açúcares, com consumo de carnes vermelhas zero, é um exemplo para o mundo. Daí que seja seguido de perto pela comunidade científica, nomeadamente pela Universidade de Coimbra que, numa atitude pioneira e esclarecida decretou a proibição do consumo de carne de bovino nas cantinas estudantis.
Há, no entanto, um “mas” que perturbará os nossos amigos do PAN. Os Norte coreanos gostam, e consomem, carne de cão. Em ocasiões especiais, é certo, mas comem cão. Sopa de cão, cão guisado, cão frito, mil maneiras de cozinhar cão... Tal como o PAN eles também gostam de animais. Têm uma forma diferente de gostar, mas que gostam, gostam!
E gostam também dos líderes. Não os comem, porque não podem, mas têm um carinho especial pelos líderes. Erguem-lhes estátuas monumentais. Aos três – ao avô, ao pai e ao filho. Uma democracia, nas palavras de Bernardino Soares, transmissível de pais para filhos.
É tudo em grande! São enormes as estátuas, os cemitérios, os edifícios públicos, as bibliotecas, os museus, ou os estádios. E os espectáculos e as manifestações populares de apoio, ou de pesar. E as auto-estradas, ah as auto-estradas! Com três pistas em cada sentido, viajei a partir de Pyongyang para sul até ao paralelo 38 e para norte até Myohyang. Um espanto! Sem portagens nem congestionamentos, sem aselhas nem chico-espertos. Centenas de quilómetros sem um sobressalto ou um acidente. Havia, é certo, o problema do piso esburacado e das lombas, dos peões e das cabras, das bicicletas e dos controles militares, mas fora isso era maravilhoso.
Que sossego, que segurança.
Não admira que me tenha sentido muito seguro. É fácil quando cumprimos as regras, e as regras eram claras. Podíamos circular livremente dentro do hotel. Fora do perímetro do hotel, que estava estrategicamente implantado numa pequena ilha, teríamos de estar SEMPRE acompanhados pelos nossos guias locais.
A Coreia do Norte é fixe, mas nas minhas próximas férias vou para um país democrático. Para desenjoar!
- CARLOS ABRANTES

Quando a governança vira cartel - Parte V
Mostramos, antes de terminar esta rubrica, as 13 baixas de Ministros e Secretários de Estado deste governo da maioria absoluta do Partido Socialista (PS):
1 - Sara Guerreiro, Secretaria de Estado da Igualdade e Migrações – Baixa em 2-5-2022.
2 - Marta Temido, Ministra da Saúde - Baixa em 30-08-2022.
3 - Fátima Fonseca, Secretária de Estado da Saúde - Baixa em 30-8-2022.
4 - António Lacerda Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde - Baixa em 30-8-2022.
5 - Miguel Alves, Secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro - Baixa em 10-11-2022.
6 - Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo - Baixa em 29-11-2022.
7 - João Neves, Secretário de Estado Adjunto e da Economia - Baixa em 29-11-2022.
8 - Alexandra Reis, Secretária de Estado do Tesouro - Baixa em 27-12-2022.
9 - Marina Gonçalves, Secretária de Estado da Habitação - Baixa em 29-12-2022.
10 - Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação - Baixa em 29-12-2022.
11 - Hugo Santos Mendes, Secretário de Estado das Infraestruturas - Baixa em 29-12-2022.
12 - Rui Martinho, Secretário de Estado da Agricultura - Baixa em 4-1-2023.
13 - Carla Alves, Secretária de Estado da Agricultura - Baixa em 5-1-2023.
Tinha razão o Costa quando pediu a maioria absoluta.
O Marajá de São Bento nem precisa, sequer, de negociar à esquerda ou à direita para se tornar num autêntico rei-sol. O Estado sou eu!
Economia: Tortec inaugurou primeira fábrica no Parque Empresarial do Casarão
A Tortec - Tornearia e Peças Técnicas, do Grupo Ciclo-Fapril, inaugurou, na passada sexta-feira, dia 4 de Dezembro, as suas novas instalações no Parque Empresarial do Casarão e será a primeira empresa a instalar-se no novo polo industrial do município.
Carla Santos, directora financeira da Ciclo-Fapril, começou por relevar o desempenho do presidente do município, Gil Nadais, e do seu executivo, que, “em bom rigor, foram os impulsionadores por termos aqui edificado as instalações da Tortec”.
“Mais do que o projecto Tortec, há que enaltecer o esforço e a determinação do presidente da Câmara em fazer de Águeda uma cidade de indústria, de academia e de turismo”, salientou Carla Santos.
“Muito nos honra estar a viver este momento histórico de viragem na dinâmica industrial de Águeda, pois com toda a certeza o concelho vai reflectir a criação de valor que as empresas aqui instaladas vão gerar”, observou a directora financeira da Ciclo-Fapril.
Carla Santos considerou que o facto da Tortec ter sido a primeira empresa a edificar no Parque Empresarial do Casarão, resultou em “dificuldades acrescidas”, sublinhando, em particular, o desempenho do administrador Samuel Santos e do sócio Vitor Antunes, e de “todos os que nos ajudaram a realizar este projecto”.
“Aos nossos colegas de trabalho, esperamos que o transtorno da mudança (que será concretizada na segunda quinzena deste mês) seja superado pelo conforto que estas instalações vos venham a proporcionar. Sabemos que estão motivados com o nosso projecto de trabalho e contamos convosco para dar alma a este edifício”, sublinhou Carla Santos.

Dia muito especial
para Gil Nadais
O presidente da Câmara Municipal de Águeda, Gil Nadais, referiu-se a “um dia, muito, muito especial”, considerando que o Parque Empresarial do Casarão foi um projecto “muito sofrido, muito laborioso e só possível graças à colaboração de muitas pessoas”, destacando o trabalho “inexcedível” do aguadense António Figueira, e o desempenho “fundamental” do vereador João Clemente.
O autarca lembrou que “foram adquiridos mais de um milhão de metros quadrados de terrenos” e anunciou que “mais empresas pretendem vir para o Parque Empresarial do Casarão”, pelo que será necessário adquirir mais terrenos.
Gil Nadais anunciou que “o LIDL irá começar a construir, em 2016”, o seu entreposto logístico, e que durante o próximo ano estarão concluídas as estruturas da Triangle´s e da Sakthi (primeiro pavilhão), para relevar um projecto que, disse, “me custou, pessoalmente, alguns comentários mais acintosos”.



Jorge Almeida está esperançado em "derrotar" a Socibeiral no Tribunal
O presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, mostrou-se confiante no diferendo judicial que opõe a autarquia à Socibeiral, relativo à construção de uma central de betão e betuminoso no Parque Empresarial do Casarão (PEC).

O líder do município foi confrontado, na passada segunda-feira, em sede de Assembleia Municipal, pelo líder da bancada do Partido Socialista (PS), José Marques Vidal, que pretendeu saber em que ponto se encontra o processo, que corre, há vários meses, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro.
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Pai Natal gigante de Águeda é candidato a maior do mundo
Um Pai Natal com 21 metros de altura e 250 mil lâmpadas LED de baixo consumo (24 volts), instalado no Largo 1º. de Maio, é a grande atracção da época natalícia, em Águeda.
O município pretende alcançar o reconhecimento pela instalação do “Maior Pai Natal do Mundo em LED's”, assente numa estrutura em alumínio, com altura de sete andares, forrada a tapy.
Para validar e confirmar a obtenção do recorde, será necessária a deslocação a Águeda de um juiz do Guinness World Records, no sentido de verificar todas as características da infraestrutura e de deliberar acerca da atribuição do recorde.
Os custos inerentes a esta candidatura, aprovada ontem (abstenção de Paula Cardoso e voto contra de Miguel Oliveira), dia 1, na reunião do executivo, são de aproximadamente 10.000 euros.
O Pai Natal, sentado numa caixa de presente de 9 por 12 metros, pode ser visitado até ao dia 11 de Janeiro, e a sua instalação obrigou a um investimento de 49.200 euros.
No passado sábado, 28 de Novembro, o presidente do município, Gil Nadais, deu luz às estruturas espalhadas pela cidade que assinalam o Natal, num momento acompanhado por centenas de pessoas.






Samuel Vilela no Conselho Nacional de Juventude
Samuel Vilela, presidente da JSD de Águeda, foi nomeado para a direcção do Conselho Nacional de Juventude (CNJ), assumindo a pasta das Relações Internacionais e a representação nacional junto de instâncias europeias e internacionais.
O CNJ é a plataforma representativa das organizações de juventude a nível nacional, abrangendo as mais diversas expressões do associativismo juvenil (culturais, estudantis, partidárias, ambientais, escutistas, sindicalistas e confessionais).
Samuel Vilela, de 26 anos, encontra-se a frequentar um programa de Doutoramento na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e conta já com uma vasta experiência ao nível associativo e político.
Já presidiu ao Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais, foi vice-presidente da Associação Académica de Coimbra e membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra.
James Arthur está confirmado no Agitágueda 2015
O Agitágueda deste ano vai ter lugar de 4 a 26 de Julho, estando já confirmados os concertos dos D.A.M.A. (dia 4 de Julho), Paulo Gonzo (11), Selah Sue (17), Jimmy P (24) e James Arthur (26), cuja contratação foi aprovada na reunião camarária de ontem, dia 7 de Abril. O executivo aprovou, também, a contratação dos serviços de vigilância e segurança, com ajuste directo à empresa Protek, e o regulamento de participação nos Talentos Agitágueda.